Na época da CPI da Covid no Senado, o deputado federal Luis Miranda acusou o presidente Bolsonaro de prevaricação
Foto: Reprodução/Metrópoles |
O deputado federal pelo DF Luis Miranda (Republicanos), que ganhou projeção temporária após fazer denúncia envolvendo o presidente Jair Bolsonaro (PL) na CPI da Covid-19, do Congresso Nacional, comprou um carro de luxo que, até há um mês, constava na Receita Federal em nome de empresa citada na CPI da Saúde do Amazonas.
As imagens foram feitas pelo repórter fotográfico Igo Estrela, do Metrópoles, durante uma das chegadas do parlamentar à Chapelaria do Congresso Nacional.
Luis Miranda circula pelas ruas do Distrito Federal dirigindo o Audi RS Q3, cor cinza chumbo, avaliado em R$ 600 mil. Conforme registro na Receita Federal, o veículo 2020/2021 está no nome da empresa de Manaus Simões Comércio e Representações Ltda, que tem como principal atividade o comércio de instrumentos e materiais para uso médico, cirúrgico, hospitalar e de laboratórios. O deputado afirma que comprou o carro de uma revenda e ainda paga o veículo em parcelas.
Luis Miranda é irmão de Luis Ricardo Miranda, que na época da CPI da Covid trabalhava no departamento de Logística do Ministério da Saúde. O setor responde pela distribuição de insumos hospitalares para todas as unidades da Federação. Durante as investigações da CPI, os irmãos Miranda foram pivô de um escândalo com repercussões bombásticas.
Eles denunciaram um suposto superfaturamento na aquisição da vacina indiana Covaxin e pressão atípica de autoridades do governo para acelerar a compra da fórmula. Também relataram aos senadores, naquela ocasião, possíveis irregularidades em contratos mantidos com empresas terceirizadas para a distribuição de insumos do ministério.
A Simões Comércio e Representações Ltda foi citada no relatório final da CPI da Saúde da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas. O documento lista quem recebeu pagamento indenizatório, modelo em que não há licitação ou contrato regular, da Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas nos anos de 2017 a 2020.
Luis Miranda disse à coluna que não há qualquer irregularidade na compra do carro. Ele afirmou que adquiriu o veículo emplacado em Manaus com entrada feita por transferência de sua própria conta. O parlamentar não informou o valor da entrada, mas disse que paga o restante em parcelas mensais de R$ 8,9 mil.
O deputado alegou que não transferiu o veículo para o seu nome porque ainda não quitou todas as prestações do carro. “Eu comprei, paguei e sigo pagando as parcelas. Se chama vida privada que todos possuímos, e a minha é limpa”, defendeu-se Luis Miranda.
Com informações do Metrópoles
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