"Ela disse que juntou aquele dinheiro durante a vida inteira e o conseguia através de parcerias no Instagram”, relatou promotora
Foto: Reprodução/Instagram |
Durante a operação Calígula, agentes do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), ficaram mais de nove horas contando o dinheiro encontrado na casa de delegada Adriana Belém, na Barra da Tijuca, presa nesta terça-feira (10/5).
Eles, que chegaram às 6h e deixaram a residência às 15h15, apreenderam cerca de R$ 1,8 milhão em espécie.
Adriana Belém possuía R$ 60 mil em dinheiro dentro do closet, trancado em um cofre, e afirmou que aquele seria o único valor no imóvel, usado para honrar suas contas e compromissos, de acordo com o MP.
Trancado em malas no fundo do armário de seu filho, foi encontrado mais R$ 1.765.300 milhão.
“Ela foi tranquila, nos tratou com respeito, dignidade, mas estava entristecida. Tentou justificar a quantia dizendo que aquele dinheiro ela juntou durante a vida inteira e conseguia através de parcerias no Instagram”, relatou a promotora Roberta Laplace.
A delegada possui 162 mil seguidores na rede, onde compartilha vídeos de dança e fotos com filho e o jogador de futebol Adriano Imperador, com quem tem uma amizade de longa data.
Ela foi levada para a corregedoria da Polícia Civil, onde vai prestar esclarecimentos sobre a quantia e será realizada a prisão em flagrante. Sobre o dinheiro encontrado, a promotora explica que se investigará a origem, o que originará outra apuração do MP.
Adriana Belém foi presa na tarde desta terça-feira (10/5) devido à quantia considerada suspeita pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). O pedido de prisão foi feito pelo Ministério Público e acatado pelo TJRJ.
Belém foi denunciada por corrupção passiva no episódio da retirada de máquinas caça-níqueis, em 2018, quando era titular da 16ª Delegacia de Polícia, na Barra da Tijuca.
Por intermédio do delegado Marcos Cipriano, houve uma reunião entre Adriana Belém, o PM reformado Ronnie Lessa e o PM Jorge Camilo, para tratar da retirada de máquinas apreendidas pela 16ªDP. O episódio teve seu desfecho após pagamentos feitos por Rogério de Andrade, cabeça da organização criminosa de jogos de azar.
A operação Calígula visa uma rede de jogos de azar e crimes contra a administração pública, explorada pelo contraventor Rogério de Andrade e por Ronnie Lessa, réu pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Os policiais civis são suspeitos de acobertar a organização.
A casa ilegal de jogos conhecida como Quebra-Mar funcionava na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, e era parte do conglomerado de domínio da organização de Rogério, que exercia a função de ponto de convergência entre todos os envolvidos.
Com informações do Metrópoles
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