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Família de Genivaldo reclama de impunidade após 30 dias da morte

Uma missa em celebração ao mês da morte do homem será realizada na noite deste sábado (25), no município de Umbaúba, às 19h.


Foto: Reprodução

Passados 30 dias da morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, em abordagem de policiais rodoviários federais em Umbaúba (SE), a família dele reclama da impunidade e do sentimento de insegurança que a assola após o crime.

“Um mês se passou e não temos resposta. Se fosse qualquer pessoa que tivesse dado um tapa em um policial, seria preso. Eles mataram o meu tio e estão soltos, juntos com a família, e nós estamos aqui tristes e sem nosso ente querido. A gente está vendo que não vai dar em nada. Estamos na mão de Deus”, afirmou o sobrinho da vítima, Walisson de Jesus Santos.

Wallison disse que “todo mundo está com medo” ao questionar a falta de confiança na polícia. “Eles pediram trinta dias para investigar mais o quê? Eles querem mais provas de quê? Os policiais deviam ter perdido a farda e estar presos”, desabafou.

Prorrogação

Na última terça-feira (21/6), a Polícia Federal pediu ao Ministério Público Federal (MPF) a prorrogação do prazo para concluir inquérito sobre a morte de Genivaldo dos Santos.

A Polícia Federal informou que precisa aguardar a apresentação de laudos periciais requisitados ao Instituto Médico Legal (IML) e à Diretoria Técnico-científica da própria PF. O órgão classificou os documentos “indispensáveis para a finalização da investigação”.

Genivaldo morreu durante uma abordagem de policiais rodoviários federais na BR-101, em Umbaúba (SE), no dia 25 de maio, depois de ter sido trancado no porta-malas de uma viatura da PRF e submetido à inalação de gás lacrimogêneo.

A certidão de óbito entregue pelo IML à família no dia seguinte à morte apontou asfixia e insuficiência respiratória.

Uma missa em celebração pelo mês da morte de Genivaldo Santos será realizada na noite deste sábado (25), no município de Umbaúba, às 19h.

PRF nega acesso

Informações sobre as condutas profissionais dos policiais rodoviários federais envolvidos na abordagem que matou Genivaldo de Jesus Santos não serão divulgadas pela PRF, que negou um pedido sobre o assunto ao portal Metrópoles, solicitado por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

O Metrópoles solicitou a quantidade, os números dos processos administrativos e o acesso à íntegra dos autos já concluídos envolvendo os cinco agentes que assinaram o boletim de ocorrência policial sobre a abordagem. São eles: Clenilson José dos Santos, Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Adeilton dos Santos Nunes, William de Barros Noia e Kleber Nascimento Freitas.

“Informação pessoal”

Em nota, o MPF em Sergipe informou que o coordenador do Controle Externo da Atividade Policial em Sergipe, procurador da República Flávio Matias, abriu procedimento para investigar suposta classificação como “informação pessoal” imposta aos processos administrativos disciplinares já concluídos e que dizem respeito aos policiais envolvidos na abordagem que resultou na morte de Genivaldo de Jesus Santos.

A investigação analisa se a medida pode estar sendo usada como obstáculo para fornecimento de informações de interesse público, contrariando a Lei de Acesso à Informação e a Constituição.

O MPF disse ainda que a Controladoria Geral da União, em manual sobre a aplicação da lei, esclarece que “não é toda e qualquer informação pessoal que está sob proteção. As informações pessoais que devem ser protegidas são aquelas que se referem à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem”.

O Metrópoles não conseguiu contato dos cinco agentes da PRF que assinaram o boletim de ocorrência policial sobre a abordagem nem da defesa deles, até o momento em que este texto foi publicado, mas o espaço segue aberto para manifestações.


Com informações do Metrópoles

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