Anilson Ricardo Nerys, o Rei, foi condenado a mais de 50 anos de prisão por tráfico de drogas, homicídio, extorsão, porte ilegal de arma e uso de documentos falsos.
Foto: Reprodução/TV Globo |
Um traficante perigoso foge da prisão e consegue simular a própria morte. Com uma nova identidade, ele deixa de ser alvo da polícia e continua cometendo crimes. Mas a farsa acabou nesta semana: uma investigação conseguiu localizar Anilson Ricardo Nerys, e o falso morto voltou para a cadeia.
A operação começou ainda de madrugada, com dezenas de agentes, armamento pesado, aeronaves e blindados. Tudo para prender Anilson, condenado a mais de 50 anos de prisão. Os crimes: tráfico de drogas, homicídio, extorsão, porte ilegal de arma e uso de documentos falsos.
Desde 2020, Anilson era dado como morto, mas uma investigação descobriu que a morte dele foi um golpe. Para enganar a polícia, ele assumiu uma nova identidade. Fora do radar das autoridades, e com uma vida de luxo, ele continuou cometendo crimes.
Segundo a polícia, Anilson é o Rei. Há anos, ele comanda uma quadrilha responsável pela distribuição de cocaína em Goiás. E tem um longo histórico de prisões e fugas da cadeia. Em outubro de 2014, depois de uma ação violenta de resgate, conseguiu fugir do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia.
Recapturado no Ceará, conseguiu fugir novamente, em 2016. Dois anos e meio depois, Anilson entrou para a Lista Vermelha da Interpol. Uma colaboração entre a Polícia Federal e a Força Especial de Luta contra o Narcotráfico (FELCN) localizou e prendeu o traficante na Bolívia, usando outro nome: Luiz Enrique Neves Neto.
Anilson foi extraditado para o Brasil e entregue à Polícia Federal para cumprir uma pena de 30 anos, por tráfico e homicídio, mas ficou apenas dois meses no Presídio de Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Em agosto de 2019, ele se juntou a outros presos e conseguiu fugir pela terceira vez.
Mais de um ano depois, Anilson Ricardo Nerys foi declarado morto no interior do Pará. A certidão de óbito informa que ele teve uma parada cardiorrespiratória numa Unidade de Pronto Atendimento na cidade de Capanema em 20 de dezembro de 2020, e a certidão de óbito foi emitida por um cartório na cidade de Primavera, a 30 quilômetros de Capanema.
Depois que fingiu que morreu, o traficante descobriu um jeito de ressuscitar. Ele escolheu um vilarejo no interior do Pará para criar uma nova e falsa identidade, e a descoberta de que Anilson vivia como Carlos Henrique aconteceu por acaso. A Polícia Militar de Goiás suspeitou de transferências bancárias registradas no celular de um outro traficante que tinha sido preso. A conta de onde saía o dinheiro era de um morador de Porto Velho.
A polícia descobriu que, em Goiás, a empresa da ex-mulher de Anilson, Liamar Maria Aparecida de Almeida Nerys, funcionava para lavar o dinheiro do crime. O Fantástico teve acesso ao interior da mansão comprada por Anilson por R$ 1,5 milhão. Assista à reportagem no vídeo acima e saiba mais.
Com informações do g1/Fantástico
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