Motorista de aplicativo teria sido morto por fiéis da igreja a mando do pastor, que teria um desentendimento com ele sobre uma sociedade
Foto: PCGO |
Um pastor de uma igreja de Goiânia (GO) foi preso nesta segunda-feira (21/11) por suspeita de mandar matar um sócio, mentindo que ele era estuprador. Quatro fiéis da igreja também foram presos por suspeita de executar o crime a mando do líder religioso.
O motorista de aplicativo Sebastião Filho Ibiapino de Miranda (à direita na imagem em destaque), de 41 anos, foi assassinado com facadas em um suposto latrocínio na noite de 13 de novembro, um domingo. Ele foi morto quando voltava de um culto no Morro do Mendanha.
No entanto, as polícias Militar e Civil de Goiás descobriram que, na verdade, Sebastião foi executado a mando do próprio sócio e pastor Josselice José Barbosa (à esquerda na imagem em destaque), de 57 anos, que também é cabo da PM aposentado.
Acusação mentirosa
Segundo o delegado André Veloso, o líder religioso encomendou o homicídio para o fiel Jonathan Monteiro Duarte, de 24 anos, alegando que o motorista era um estuprador em série, inclusive com vítimas crianças. Só que essa acusação era mentirosa e servia apenas para motivar os executores.
Jonathan, então, chamou outros três colegas: Matheus Henrique Ramalho de Souza, Joel Afonso da Silva, de 18 anos, e João Vitor Leal Vicente, de 19. Juntos, os quatro cometeram o crime após o culto. Eles chegaram a filmar o momento em que jogaram o corpo ensanguentado de Sebastião em um córrego.
Os quatro roubaram o carro da vítima e ficariam com o dinheiro da venda do veículo, de acordo com o que foi combinado com o pastor. O próprio líder religioso teria levado o grupo para o local do crime.
Vítima e assassinos frequentavam a mesma igreja, uma congregação batista no bairro Nova Esperança, na capital goiana. Nenhum deles tinha antecedentes criminais.
Briga comercial
Segundo as investigações, o pastor Josselice e o motorista Sebastião eram sócios em um salão de locação para eventos no Jardim Nova Esperança. Eles teriam se desentendido, e a vítima teria ameaçado sair da sociedade. Essa briga seria o motivo do crime.
O delegado André Veloso disse que os executores relataram que o pastor ofereceu três facas para que o homicídio fosse cometido. “Simularam latrocínio para afastar suspeita deles e do pastor”, explicou o delegado.
Uma equipe da Polícia Militar chegou a prender os quatro acusados pelo crime na sexta (18/11), mas, como não havia flagrante, eles foram ouvidos e liberados. Voltaram a ser presos nesta segunda, após pedido de prisão e decisão favorável do Judiciário.
A reportagem tenta contato com os advogados dos cinco suspeitos presos.
Com informações do Metrópoles
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