PMs em Juiz de Fora foram acusados de lesão corporal, abuso de autoridade, exposição da vida de uma criança ao risco e falsidade ideológica
Foto: Reprodução |
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou sete policiais militares à Justiça Militar em decorrência de uma abordagem ocorrida em agosto, domingo do Dia dos Pais, em Juiz de Fora. Moradores alegam truculência por parte da PM e afirmam que estão sofrendo ameaças.
Os policiais lotados no 27º Batalhão foram acusados de lesão corporal, abuso de autoridade, exposição da vida de uma criança ao risco e falsidade ideológica. Logo, o Ministério Público mineiro pede a exclusão dos militares dos serviços operacionais e preventivos no bairro Vila Esperança II, onde aconteceu a abordagem.
O inquérito instaurado pela própria Polícia Militar aponta legitimidade na ação policial. Vale dizer que, após imagens da ação, captadas por câmeras de monitoramento, viralizarem nas redes, a PM divulgou um vídeo alegando que “os criminosos contumazes daquela área, descontentes com essas operações, hostilizaram e cercaram uma viatura que fazia o patrulhamento ordinário pelo local”. O entendimento da promotoria, porém, foi outro.
Conforme o promotor de Justiça Hélvio Simões Vidal, que assina a denúncia, “os cidadãos em momento algum oferecem resistência às ordens dadas pelos militares”. “Inclusive, quando da abordagem, estavam apenas consumindo cerveja na calçada, tratando-se de um domingo de comemoração do dia dos pais”. O caso foi distribuído para a 2ª Auditoria de Justiça Militar, em Belo Horizonte.
Em seguida, uma mulher, de vestido azul, que estava dentro do imóvel, aparece na rua. Ela aparenta estar aflita e permanece com os braços parcialmente levantados.
Posteriormente, um dos homens que estavam na calçada é imobilizado no chão, algemado e levado para o camburão da PM. No caminho para a viatura, ele cai e é atingido por um chute de um policial. Por fim, o rapaz é colocado dentro da viatura.
Em um segundo vídeo, às 16h02, outro homem é puxado pelo braço por um dos PMs. Na sequência, outro policial arremessa um pneu no rosto dele. Com o impacto do golpe, o rapaz desmaia e cai.
Uma criança presenciou toda a cena – fato que foi destacado pelo promotor na denúncia. Segundo ele, dois dos policiais contribuíram de forma direta para “expor a vida de uma criança de tenra idade que se encontrava no palco de operações, contra a qual houve o perigo direto e iminente”.
Para a promotoria, todos os policiais denunciados participaram e contribuíram “em consciência de cooperação comum para a prisão ilegal e arbitrária dos quatro indivíduos”.
À época dos fatos, a Polícia Civil também instaurou um inquérito. As investigações seguem em curso.
Com informações do Correio Braziliense/TV Alterosa
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