Polícia investiga se formada de Medicina da USP sumiu com dinheiro da festa de formatura e tentou lavar o dinheiro jogando na Lotofácil
Foto: Creative Commons |
A Polícia Civil investiga a estudante de medicina Alicia Dudy Muller Veiga, de 25 anos, suspeita de apropriação indébita após supostamente ter desviado R$ 920 mil do fundo de formandos da 106ª turma da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e por estelionato e lavagem de dinheiro, depois tentar apostar, sem pagar, um total de R$ 891 mil em bilhetes da Lotofácil.
A Faculdade de Medicina da USP divulgou uma nota em que diz ter sido informada sobre a fraude contra seus alunos. “Os fatos estão sendo apurados, buscando-se identificar os responsáveis pela fraude e a Diretoria está apoiando na orientação aos alunos envolvidos”, informa o texto.
O Metrópoles tentou contato com a estudante, mas ela não atendeu o telefone.
As investigações sobre o sumiço do dinheiro da formatura e a lavagem de dinheiro são paralelas e têm origem diferente. Um caso só foi relacionado ao outro pelos estudantes na semana passada.
Apostas na loteria
A lavagem de dinheiro vinha sendo apurada desde junho do ano passado, quando o dono de uma casa lotérica de 59 anos procurou uma delegacia em São Bernardo do Campo para registrar uma tentativa de golpe.
Segundo ele, na tarde de 12 de julho, Alicia foi à lotérica e encomendou R$ 891,5 mil em bilhetes da Lotofácil. A estudante, ainda de acordo com o dono da lotérica, era sua cliente desde abril: ela fazia apostas altas, na casa dos R$ 10 mil, quase que diariamente. Por isso, ainda segundo o dono da lotérica, havia feito amizade com os funcionários do estabelecimento.
Até que, naquela tarde, os funcionários perceberam que ela queria pagar os R$ 891,5 mil com um Pix agendado, o que não é possível. Houve uma pequena discussão, a versão que o dono da lotérica contou à polícia, e ela desistiu das apostas.
Naquele momento, porém, os funcionários já haviam apostado R$ 193 mil e Alicia teria saído levando esses bilhetes, sem pagar.
Golpe de formatura
Paralelamente ao caso da lotérica, que não era de conhecimento dos alunos da Faculdade de Medicina, Alice vinha participando da Comissão de Formatura de uma das turmas das USP. Em setembro, ela teria participado da decisão de pegar o dinheiro arrecadado, R$ 920 mil, e aplicar em uma gestora de investimentos.
Mas, em 6 de janeiro, segundo contam um dos alunos contou à polícia, a estudante enviou uma mensagem aos colegas dizendo que o dinheiro da formatura havia se perdido.
Segundo o depoimento, a estudante disse que a gestora de investimentos escolhida havia aplicado um golpe na turma. “Estou escrevendo para dizer que não temos dinheiro. Com toda a dor, culpa e arrependimento que vocês podem imaginar”, teria escrito a estudante, em um grupo de WhatsApp.
Uma das suspeitas, segundo uma das vítimas, é que a estudante tenha desviado para si os recursos dos formandos, sumulado um golpe e que seu objetivo original era simular apostas na loteria para justificar como o dinheiro havia sido gasto.
Sorte no jogo
Uma das descobertas da polícia é que, enquanto fazia as apostas na casa lotérica, a estudante conseguiu aumentar seu patrimônio.
Ao longo das investigações, a Polícia Civil já obteve um relatório de inteligência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontando que, entre abril e julho do ano passado, a estudante ganhou R$ 336,6 mil da loteria.
Com informações do Metrópoles -
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