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Exército para Dino: 'Vocês não vão prender ninguém aqui'

O comandante sênior do Exército brasileiro, general Júlio César de Arruda impediu prisão de golpistas no quartel-general nacional do Exército


Foto:  Valter Campanato/Agência Brasil
Ao final do dia no último domingo (8/1), marcado pelos atos golpistas em Brasília e a destruição dos prédios de instituições democráticas, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou que cerca de 200 pessoas foram presas. Este grupo, no entanto, não contava com os insurgentes que se direcionaram para o quartel-general nacional do Exército. Militares impediram que funcionários do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prendessem os vândalos.

A reportagem de Anthony Faiola, Samantha Schmidte Marina Dias para o Washington Post, aponta que o comandante sênior do Exército brasileiro, general Júlio César de Arruda disse ao ministro da Justiça, Flávio Dino: “Vocês não vão prender gente aqui”. Isso deu a oportunidade a centenas de golpistas escaparem da prisão.

Agora, autoridades investigam como prova de “suposto conluio entre militares e policiais e os milhares de manifestantes que invadiram as instituições no coração da jovem democracia brasileira”, conforme aponta a reportagem.

Atos terroristas

A tentativa anunciada de golpe começou a ser colocada em prática por cerca de 100 ônibus que chegaram a Brasília, no sábado (7/1), trazendo em torno de 4 mil pessoas. O grupo estava acampado em frente ao Quartel-General do Exército e desceu rumo à Esplanada dos Ministérios no início da tarde de domingo (8/1).

Os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, inconformados com o resultado das eleições gerais de 2022, invadiram o Congresso Nacional, onde ficam Câmara e Senado Federal; o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República; e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF), por volta das 14h do último domingo (8/1).

Em resposta, o governador Ibaneis Rocha (MDB) determinou a exoneração do secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres. Ibaneis também foi afastado do cargo pelo período de 90 dias, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na segunda-feira (9/1), os golpistas começaram a deixar os acampamentos.

Em reunião com os governadores, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou que agora as investigações se esforçarão para identificar os financiadores do movimento, além dos que já foram detidos em flagrante, que se referiu como possível ‘massa de manobra’.

“Não é possível um movimento durar o tempo que durou na frente dos quartéis sem financiamento. Gente garantindo o café, o almoço e a janta. Em nome da democracia, nós não seremos autoritários com ninguém, mas não seremos mornos com ninguém. Vamos investigar e vamos chegar a quem financiou [...] Foi muito difícil para vocês e para mim conquistarmos a democracia nesse país. Foi muito difícil que a gente tivesse uma constituição que fosse uma carta cidadã respeitada por nós. Foi muito difícil conquistar um direito de manifestação nesse país e a gente quer continuar tendo esse direito. A gente não precisa gostar um do outros, apenas aprender a conviver democraticamente na diversidade”, pontuou.


Com informações do Correio Braziliense - Estado de Minas

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