Camila Carvalho de Cabral, de 39 anos, faleceu na última sexta-feira (30), após complicações em operação feita no Hospital Daher, no Lago Sul. Clínica diz que 'não houve queixas ou sinas de intercorrências' após cirurgia.
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Camila Carvalho de Cabral, de 39 anos, paciente que teve uma gaze esquecida dentro do corpo depois de uma cirurgia, morreu na última sexta-feira (30), no Distrito Federal. A mulher ficou internada em estado grave durante 52 dias, no Hospital Regional de Samambaia, mas não resistiu.
Camila esperava por uma cirurgia de retirada de útero há dois anos, por conta de um mioma, e foi selecionada em um mutirão da Secretaria de Saúde, que tem convênio com hospitais particulares. Ela foi operada no dia 15 de outubro de 2022, no Hospital Daher, do Lago Sul, e recebeu alta no dia seguinte.
Segundo Claudia Vieira, mãe de Camila, dias depois, ela começou a sentir muitas dores, e percebeu uma secreção, com mau cheiro, na região dos pontos. Ela foi internada no Hospital de Samambaia, onde passou por uma nova cirurgia. Na operação, os médicos constataram uma lesão no cólon e no intestino delgado, e também acharam a compressa de gaze na região pélvica da paciente.
Em nota, o Hospital Daher informou que a paciente foi submetida à intervenção cirúrgica no dia 15 de outubro, tendo recebido alta no dia seguinte, "sem queixas ou sinais de intercorrências". O hospital disse que uma sindicância interna foi instaurada para analisar o prontuário e documentos médicos, mas não encontrou registro de qualquer intercorrência. Segundo o Hospital Daher, a documentação foi colocada à disposição da Vigilância Sanitária e das Secretaria de Saúde para esclarecimentos ou eventuais perícias.
Já a Secretaria de Saúde reforçou que a realização da cirurgia ocorreu por meio de contrato firmado com o Hospital Daher, "sendo a execução do procedimento de competência e responsabilidade da referida unidade hospitalar". Segundo a pasta, o estabelecimento foi acionado e há um processo de apuração em curso.
Laudo
De acordo com os exames feitos em Camila após a cirurgia, ela sofreu perfurações no cólon do intestino e, em dois pontos, foram encontradas fezes e muito pus. O quadro de saúde dela só foi piorando, e nos últimos dias, a paciente estava entubada e fazendo hemodiálise.
A família de Camila acionou a Justiça contra o Hospital Daher. O caso também foi registrado na 10º Delegacia de Polícia, no Lago Sul, e é investigado como lesão corporal culposa. A mãe dela diz que espera por justiça pela filha.
"Que as pessoas que fizeram isso com a minha filha venham a pagar. Minha filha deixou dois filhos órfãos agora, sem mãe. Estou aqui falando para vocês, pra que isso não venha a acontecer com outra família, porque destruíram a minha família. Eu perdi uma filha. minha filha saiu daqui pra fazer uma cirurgia e não volta mais", afirma.
Com informações de g1 DF
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