O subtenente aposentado dos bombeiros Gilson Castro Silva, de 58 anos, estava parado na frente do veículo tentando impedir sua partida. Motorista Valdir das Mercês Junior, de 28 anos, disse em depoimento que não viu a vítima ao acelerar; ele está preso temporariamente.
Foto: Reprodução |
Novos vídeos obtidos com exclusividade pelo g1 mostram que o bombeiro aposentado que morreu ao ser atropelado por um ônibus em Copacabana, na madrugada do réveillon, foi arrastado por cerca de 30 metros, apesar do apelo de pedestres para que o motorista parasse (veja vídeo – as imagens são fortes).
As imagens mostram que o corpo fica preso debaixo do coletivo, com a cabeça à frente da roda dianteira direita.
O motorista Valdir das Mercês Junior, de 28 anos, foi preso por suspeita de homicídio doloso – quando há a intenção de matar.
Em depoimento obtido pelo g1, Valdir disse que não viu que o subtenente aposentado do Corpo de Bombeiros Gilson Castro Silva, de 58 anos, estava à frente do ônibus na hora que acelerou o veículo – o que, segundo a Polícia Civil, é desmentido pela investigação.
Os vídeos mostram com clareza o momento em que o motorista acelera e derruba vítima, na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, na altura da Praça do Lido.
Valdir dirigia um ônibus da linha 125 (Central x General Osório). É possível ver que Gilson estava na frente do veículo, tentando impedir que ele seguisse viagem, com o objetivo de embarcar. Do lado de fora, outras pessoas também tentavam pegar o ônibus, enquanto Gilson segurava o veículo.
Após ameaçar acelerar o ônibus por duas vezes, o motorista avança, e Gilson cai para trás.
O atropelamento ocorreu por volta das 5h15, minutos depois da reabertura da via. O trânsito no local estava bloqueado até as 5h, por conta da festa na praia da Zona Sul.
O mandado de prisão temporária contra o motorista foi expedido pela juíza Flávia Fernandes de Melo Balieiro Diniz, do Plantão Judiciário, a pedido do delegado André Leiras. Os agentes da 12ª DP conseguiram elucidar o caso em menos de 24 horas.
O motorista ficará preso por até 30 dias, até a conclusão da investigação.
Inicialmente, o caso foi registrado como homicídio culposo, ou seja, sem a intenção de matar. Mas as diligências, depoimentos de testemunhas e análises das imagens demonstraram, segundo a polícia, que o motorista agiu de forma intencional e assumiu o risco de matar o pedestre.
O Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus, informou que o motorista foi afastado de suas funções. "O profissional trabalhava no cargo desde 2017 e costumava rodar nesta mesma linha", diz a nota.
O g1 tenta localizar a defesa de Valdir das Mercês Junior.
Com informações do g1 - Rafael Nascimento
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