Com o fim do orçamento secreto, ministérios controlam verbas de investimento cobiçadas pelo Congresso Nacional
Ricardo Noblat |
A primeira fatura em troca de apoio ao governo Lula no Congresso Nacional já tem valor estabelecido, segundo lideranças do Centrão.
Deputados da base, assim como dos partidos de oposição em que há governistas em potencial, como PP, Republicanos e PL, estão pedindo R$ 12 milhões cada um para apoiar o Executivo nas primeiras votações importantes.
Para a aprovação da PEC da reforma tributária, em que são necessários 308 votos, seria preciso desembolsar R$ 3,7 bilhões.
O ministro da Secretaria das Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, deve ser o responsável pelo controle dos atendimentos, segundo parlamentares. Procurado, ele não comentou.
Na prática, indicações nesse modelo seriam exatamente iguais às do orçamento secreto, proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), com a diferença de que os ministros do Executivo voltariam a ter a palavra final.
Há R$ 171 bilhões no Orçamento de 2023 cadastrados como verba discricionária dos ministérios. No jargão, trata-se do “RP 2”.
Antes do surgimento durante o governo Jair Bolsonaro das emendas de relator, chamadas de orçamento secreto, o governo Michel Temer atendia congressistas com recursos controlados pelos ministérios, classificados como “RP 2”.
Lideranças do Centrão têm até prazo para começar a cobrar a fatura do governo federal: 20 de fevereiro, na segunda-feira de Carnaval.
Com informações do Metrópoles - Guilherme Amado
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