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Mulher que filmou o próprio estupro deixa litoral de SP por medo do ex

A estudante Juliana Rizzo, de 34 anos, relata ter deixado Praia Grande (SP) após sequência de ameaças do ex-companheiro, Ricardo Penna Guerreiro.


Arquivo pessoal/Reprodução
A estudante Juliana Rizzo, que divulgou nas próprias redes sociais imagens sendo estuprada pelo ex-marido, afirmou ao g1, nesta segunda-feira (13), que precisou fugir do litoral de São Paulo após sofrer ameaças. Segundo ela, que foi vítima do crime enquanto dormia sob efeito de remédios, a ideia é se mudar novamente em breve. "Saí com a roupa do corpo e não tinha dinheiro nem para comida".

O ex-companheiro dela, Ricardo Penna Guerreiro, de 46 anos, foi preso preventivamente em Praia Grande, no litoral de São Paulo, onde eles moravam. A defesa dele nega que o homem tenha cometido o crime sexual.

Juliana contou que, também por medo, já havia deixado o imóvel em que vivia com Ricardo em outras oportunidades. "Eu saí com a roupa do corpo e não tinha dinheiro nem para comida", conta Juliana, que acrescentou ter sido ajudada por uma pessoa próxima, que teria feito o pagamento da estadia dela e dos filhos em um hotel após tomar conhecimento sobre a situação da família.

"Foi uma pessoa que foi muito humana naquele momento e que me devolveu a dignidade. Até então, eu estava me sentindo um lixo, porque o Ricardo só me chamava assim, entre outros 'nomes'. Eu não conseguia dar um passo adiante", pontuou a mulher.

Ameaças e medo

A mudança para o interior de São Paulo - Juliana preferiu que a cidade não fosse divulgada por motivos de segurança - aconteceu após uma decisão judicial. "Consegui uma permissão [judicial] para entrada no apartamento do Ricardo [em Praia Grande], para que pudesse retirar as minhas coisas e, no outro dia, vim pra cá".

A estudante contou ao g1, há aproximadamente uma semana, que sofre ameaças de morte do ex-marido, direto da prisão, e da atual namorada dele. "Tive informação de que ela está tendo livre acesso à cadeia para visitá-lo e fez anotações em algum caderno com nome de pessoas que deveria procurar para tentar contra a minha vida. Ela estaria tentando contato com pessoas da facção criminosa".

Ela ressaltou, agora, que já pretende se mudar do interior de São Paulo por conta disso, embora não esteja feliz com a situação. "É cansativo. Quero me sentir segura, criar raízes em um lugar e ter paz. Atrapalha meus filhos, na escola, e eu também, por não conseguir sequer estudar neste semestre".

O que diz a defesa de Ricardo
Ao g1, o advogado Alex Ochsendorf, que defende o homem preso suspeito de estupro de vulnerável, afirmou que "muitas questões serão discutidas" e que manterá sigilo.

"Contudo, a defesa irá aprofundar muito a discussão sobre todos os fatos afirmados pela ex-esposa. Ricardo Penna não cometeu nenhum crime sexual e provará o alegado no decorrer do processo", complementou o profissional.

O que se sabe

O empresário Ricardo Penna Guerreiro foi preso, no último dia 27 de janeiro, por estupro de vulnerável [a ex-mulher], no bairro Canto do Forte, em Praia Grande (SP).

Policiais da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) do município cumpriram o mandado de prisão temporária expedido contra o suspeito, que teria estuprado a vítima enquanto ela estava desacordada por conta dos efeitos de remédios antidepressivos e calmantes.

Ao g1, a mulher contou ter sido estuprada pelo ex-marido enquanto dormia sob feitos dos remédios. Ela revelou, ainda, que o ex a espancou em outras oportunidades, chegando a ameaçá-la de morte, além de ser agressivo com o filho do casal.

"Ele [Ricardo] me colocou no fundo do poço. Abusou de mim de todas as formas, com requintes de crueldade", desabafou.

Outros crimes

Ricardo já foi condenado a mais de 37 anos por tentativa de homicídio contra seis pessoas em 2000. Ele estava em liberdade devido a um habeas corpus.

De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), na ocasião, o ex-marido de Juliana tentou matar seis pessoas em uma choperia em Praia Grande. À época com 24 anos, ele teria se desentendido com um grupo composto por seis pessoas e atirado contra elas junto com outro homem armado. Dois se feriram na tentativa de homicídio.

O advogado de defesa do caso acima, Eugênio Malavasi, disse que o processo sobre a condenação está em tramitação e não se manifestará. Ele informou, ainda, não ter sido contratado para defender Ricardo no caso de agressão e estupro.


Com informações do g1 

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