Mensagens de WhatsApp mostram ameaças feitas pelo autor do ataque a um colega e o pedido para que a mãe dele não revelasse o caso à escola
Fabio Vieira/Metrópoles |
Mensagens de WhatsApp obtidas pelo Metrópoles mostram que o adolescente de 13 anos que matou a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, e feriu outras quatro pesssoas durante um ataque a faca em uma escola estadual na zona oeste de São Paulo, na segunda-feira (28/3), havia ameaçado matar um colega de seu antigo colégio em fevereiro, pouco mais de um mês antes do atentado.
“Vc vai morrer. Vc tá fudido. Vou matar vc e sua mae fdp [sic]”, escreveu o estudante ao ex-colega em uma das mensagens enviadas no dia 7 de fevereiro, junto com imagens de armas. Ao ver as mensagens no celular, uma semana depois, a mãe do garoto ameaçado reagiu: “Vou na escola hj mostrar o tipo de conversa que vc tem com as pessoas. Aqui ninguém tem medo de vc não [sic]”.
Três minutos depois, mostram as mensagens, o adolescente implorou à mãe do colega para que o conteúdo da conversa não fosse revelado à escola: “Desculpa tia. Foi mal de verdade… eu peço desculpas pessoalmente, mais eu te pesso vc não conhece meus pais, eu emploro, não faz nada disso nao, era pra ser só uma brincadeira, mais acabou nisso, desculpas [sic]”.
Na época em que as ameaças foram feitas, o autor do atentado estudava na Escola Estadual José Roberto Pacheco, em Taboão da Serra. A mãe do garoto ameaçado disse ter levado o caso à diretoria em 14 de fevereiro. No dia 28 daquele mês, o colégio registrou um boletim de ocorrência por ameaça, destacando um “comportamento suspeito” do agressor, conforme o Metrópoles revelou.
Ao Metrópoles, o estudante ameaçado, de 12 anos, disse que já foi amigo do autor do atentado, mas que se afastou quando ele começou a adotar um comportamento “estranho”.
“Ele começou com certos papos estranhos, de que ele era satanista, de que ele ia fazer um massacre. Depois eu deixei de ser amigo dele”, disse. “Quando isso aconteceu, ele me mandou mensagem falando que ia me matar. E mandou foto de uma arma para mim”, completou.
Devido aos episódios de violência, a escola convocou os pais dele, no dia 1º de março, e pediu que ele fosse afastado temporariamente do convívio com os demais estudantes, realizando apenas atividades domiciliares.
Os pais não teriam concordado e pediram para que o filho de 13 anos fosse transferido de escola. Em 6 de março, o adolescente começou a frequentar a Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, onde ocorreu o atentado da segunda-feira.
A reportagem questionou a Secretaria de Educação sobre quais providências foram tomadas sobre o fato de a escola ter relatado um “comportamento suspeito” do aluno em fevereiro.
A pasta informou que encaminhou ofícios ao Conselho Tutelar e à Vara da Infância um dia antes de o boletim de ocorrência ser registrado. Segundo a secretaria, os ofícios informaram que a unidade havia pedido atendimento ao Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil e da Casa do Adolescente.
Com informações do Metrópoles - Renan Porto
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