Page Nav

HIDE

Publicidade(TOPO)

Publicidade

“Magnata do café”, que deu golpe em promotores, juízes e advogados, é preso

O empresário Rodrigo Bonametti de Miranda se preparava para deixar um hospital de luxo quando foi detido por equipes da Polícia Civil de SP


Reprodução
Alvo de investigação das polícias civis do Distrito Federal (PCDF) e de São Paulo (PCSP), por aplicar golpes contra juízes, promotores e advogados renomados, o empresário Rodrigo Bonametti de Miranda, conhecido como o “Magnata do café”, foi preso preventivamente, nesta quinta-feira (27/7), quando se preparava para deixar um hospital de luxo, em São Paulo.

A prisão foi realizada por equipes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil paulista. A coluna apurou que o golpista estava com uma mala de roupas e tinha objetivo de fugir das autoridades antes que fosse detido. Ele foi levado de camburão para a unidade do Deic.

Bonametti ficou conhecido no Distrito Federal após deixar um rastro de vítimas na capital da República. Uma delas amargou prejuízo de R$ 360 mil. O caso foi revelado pelo Metrópoles. Após a denúncia, o investidor procurou a Polícia Civil para fazer o registro de ocorrência. “Eu ainda imaginava que poderia recuperar meu dinheiro. Depois percebi que havia caído em um golpe”, disse. Sem se identificar, a vítima aceitou contar sobre como o “Magnata do café” faz a captação de pessoas, que, mais tarde, seriam enganadas.

O homem contou que conheceu Bonametti por meio de amigos em comum, que costumam frequentar restaurantes caros do DF e degustar vinhos sofisticados com rótulos de alto valor. “O Rodrigo costumava chegar aos lugares e tomar os vinhos mais caros. Usava roupas e relógios de grife e circulava entre pessoas influentes nos poderes Judiciário e Executivo”, contou.

Lucro de 103%

O investidor relatou que conheceu o magnata em 2020 e, após fazerem amizade, o suspeito de estelionato ofereceu participação em uma espécie de clube de investimentos. “Bonametti se dizia herdeiro, e seu avô teria sido fazendeiro e lhe deixado a fazenda e a produção de café. Ele prometia supostas cotas da produção cafeeira e garantia um lucro de 98% a 103% ao ano”, contou.

A vítima comprou diversas cotas, totalizando R$ 300 mil. Além disso, o estelionatário ainda levou cerca de R$ 60 mil em garrafas de vinho que pertenciam ao investidor. “Ele levou grandes rótulos que haviam na minha adega e jamais pagou. Fiquei no prejuízo em todas as situações”, desabafou.

Após a primeira matéria ser publicada pela coluna Na Mira, o investidor rapidamente procurou a Polícia Civil para relatar também ter sido vítima do Magnata do café. Além dele, pelo menos outras quatro pessoas também foram ouvidas em termo de declaração sobre os golpes sofridos.


A operação

Em março deste ano, policiais da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), em conjunto com a PCSP, deflagraram a Operação Meca, que tem como alvo o homem. As buscas foram feitas em um hotel de luxo da capital federal e em endereços de bairros da capital paulista.

Durante a ação, os investigadores apreenderam uma Mercedes Benz CLS AMG 63, avaliada em mais de R$ 500 mil, além de um Macbook, dois passaportes e um celular. Há diversos inquéritos instaurados, no estado de São Paulo e em Brasília, contra Rodrigo Bonametti. Ele é acusado de crimes de estelionato e contra a economia popular.

Há indícios de que o suspeito realizava o denominado “esquema Ponzi” (pirâmide financeira), por intermédio da venda de supostas cotas em um fundo de investimento em um empreendimento. O homem afirmava que tinha uma fazenda produtora de café em Piraju, município de São Paulo. Ele prometia o lucro da venda das sacas do produto por cotas que variavam de R$ 40 mil a R$ 60 mil. Foi apurado, no entanto, que a fazenda não existia.


Com informações do Metrópoles  - Carlos Carone, Mirelle Pinheiro

Nenhum comentário

Campanha