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Grupo ganha R$ 350 mil com golpe de carros 0km e entra na mira da PCDF

Os investigadores cumprem quatro mandados de prisão temporária, quatro de busca e apreensão, além do bloqueio de cinco contas bancárias



Policiais da 9ª Delegacia de Polícia (Lago Norte) deflagraram na manhã desta quarta-feira (30/8) a Operação Financiamentos de Pinóquio, com o objetivo de desarticular uma quadrilha especializada na subtração de veículos 0 km de concessionárias do Distrito Federal.

O esquema se concretizava a partir de falsos financiamentos em nome das vítimas, que acabavam com seus nomes negativados e eram cobradas judicialmente a pagar as dívidas.

Os investigadores cumprem quatro mandados de prisão temporária, quatro de busca e apreensão, além do bloqueio de cinco contas bancárias em Sobradinho, Taguatinga, Lago Norte e Goiânia

Segundo as apurações, o grupo criminoso era articulado em diversas frentes. A primeira parte obtinha cópias dos documentos e assinaturas de terceiros inocentes para serem usados nos golpes.

Para conseguir esses documentos, usavam uma isca: um dos criminosos se passava por correspondente bancário e ofertava propostas de empréstimos em condições irrecusáveis. Contudo, após obter os dados e assinaturas das vítimas, o criminoso bloqueava o contato no WhatsApp e sumia sem efetivamente concretizar a proposta.

Esses documentos, então, eram repassados para outro criminoso, que falsificava, em Goiânia, as procurações, outorgando poderes para contratação e retirada de veículos nas concessionárias.

Munidos da procuração e com a ajuda de vendedores da própria loja, os criminosos conseguiam um financiamento de um veículo novo em nome da vítima e, após pagar uma pequena parcela de entrada, retiravam o carro e desapareciam.

A financeira, então, passava a cobrar a dívida da vítima que sequer sabia do financiamento, muito menos concordado com essa compra. As vítimas acabavam com os nomes inscritos no Serasa e SPC. A investigação conseguiu detectar pelo menos cinco veículos zero quilômetro fraudulentamente subtraídos de concessionárias no DF.

“A investigação também detectou que a negligência das próprias concessionárias tem estimulado esse tipo de dinâmica delitiva. Os precários sistemas de conferência de documentos, frouxidão no procedimento de contratação e a cegueira deliberada para bater metas facilitam a atuação dos estelionatários. Depois da imprudência na contratação e do desaparecimento do carro, as financeiras buscam a polícia para tentar recuperá-lo. Orientamos o setor jurídico das concessionárias a aprimorar seus protocolos internos”, informou o delegado Erick Sallum.

Teatro

Para finalizar o golpe e obter o lucro, os criminosos vendiam o carro a terceiros. Com o objetivo de concretizar essa venda e transferir o veículo, um dos criminosos usava o serviço de um cartório de Minas Gerais, que emite procurações por videoconferência. Assim, um dos criminosos se passava pela vítima em nome de quem o financiamento estava feito.

“A desfaçatez do criminoso era espantosa. Ele cortava o cabelo, colocava óculos e se maquiava para se apresentar na videoconferência como se fosse a vítima. Com esse teatro, tentava ludibriar também o serviço notarial na tentativa de conseguir transferir a posse do veículo via outra procuração”, detalhou Sallum.

Todos os investigados foram indiciados por cinco imputações de estelionato, falsificação de documento público, falsa identidade, associação criminosa e lavagem de dinheiro com penas somadas que ultrapassam 35 anos de reclusão.

“A PCDF alerta a população. Evitem o fornecimento de documentos e dados pessoais a terceiros em conversas de WhatsApp. Esses documentos poderão ser usados para todo tipo de golpe. Uma vez que esses dados e documentos caiam na posse dos estelionatários, as dores de cabeça para tentar limpar o nome serão grandes. A melhor defesa é a prevenção”, completou Erick Sallum.

Com informações do Metrópoles - Mirelle Pinheiro, Carlos Carone

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