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Laudo do IML aponta que personal trainer mentiu sobre morte de médica no Lago Sul

Sabrina foi encontrada morta em casa, em 10 de outubro de 2020, em circunstâncias suspeitas. Laudo diverge da versão apresentada pelo marido


Perto de completar três anos, a morte da médica Sabrina Nominato Fernandes Villela (foto em destaque), aos 37 anos, continua em investigação pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Em novo desdobramento, o Instituto Médico Legal (IML), em um laudo cadavérico, apontou que o então companheiro da médica, o personal trainer André Vilela, estava em casa quando ela faleceu.

Sabrina foi encontrada morta na própria residência, em 10 de outubro de 2020, sob circunstâncias suspeitas. Na época, as autoridades chegaram a desconfiar de que ela teria cometido suicídio, tese afastada após as investigações se intensificarem e os resultados de vários laudos serem analisados.

Um aditamento ao documento produzido pelo IML apontou que o horário provável da morte foi antes das 7h50, horário em que o personal trainer ainda estava em casa – o que contradiz totalmente o seu depoimento, quando ele afirmou que saiu para trabalhar e deixou Sabrina dormindo.

Seguro de vida

Além disso, familiares da médica descobriram a existência de seguro de vida feito por Sabrina um mês antes de morrer, em nome exclusivo de André, no valor de R$ 1 milhão em caso de morte. André também passou a receber pensão com a morte da companheira.

A advogada Sofia Coelho, que representa a médica, lembra que diversos laudos já apontaram as contradições do ocorrido segundo o personal.

“No primeiro depoimento, por exemplo, ele disse que ao chegar no quarto Sabrina estava com as costas todas cobertas, apenas o rosto não estava coberto, deitada de bruços, com os cabelos no rosto e o braço esquerdo esticado embaixo do travesseiro, e o rosto com a parte frontal do travesseiro tampando o nariz e a boca, e o outro braço encolhido e com a mão de concha (contraída).”

Já no segundo, o personal afirmou ter chegado em casa e encontrado Sabrina deitada de bruços e que ela estaria em uma posição diferente da que estava no momento em que ele saiu para trabalhar. “No entanto, no laudo de local é perceptível a arrumação da cama na cena do crime, ficando claro que houve alteração da cena do crime antes da chegada da perícia técnica. O laudo de local demonstra inconsistências que não corroboram com depoimento de André”, ressaltou a advogada.

Morte incompatível

Segundo o laudo pericial juntado ao inquérito, Sabrina já estava morta antes mesmo de André sair para trabalhar, portanto incompatível com a versão do ex-companheiro, defende Sofia. “Outro laudo já mostrou que Sabrina foi vítima de asfixia por sufocação direta intencional, afastando assim a possibilidade de a morte ter ocorrido por ingestão de álcool com remédios”, diz a advogada. Ela ressalta que “todas as provas até agora apontam que Sabrina foi assassinada”.

A perícia feita pelo Instituto de Criminalística da PCDF detectou gota de sangue no banco traseiro do veículo do marido. “Outras provas já demonstram que ela pode ter lutado para se defender antes de morrer, após perícia realizada em arranhões no pescoço de André. Foi detectado DNA de André debaixo das unhas de Sabrina. Sem contar ainda, o histórico de agressões físicas e verbais relatado a pelos amigos e familiares em depoimentos”, finalizou advogada.


Com informações do Metrópoles - Carlos Carone, Mirelle Pinheiro

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