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Morre menino que teve 70% do corpo queimado após explosão em lancha no Lago Paranoá

Impacto da explosão do motor de lancha, em 13 de agosto último, no Lago Paranoá, também fez criança de 9 anos ser arremessada para o alto


Divulgação/CBMDF
O menino de 9 anos que teve 70% do corpo queimado após explosão do motor de uma lancha, em 13 de agosto último, no Lago Paranoá, não resistiu aos ferimentos e morreu uma semana depois, na tarde desse domingo (20/8).

Com queimaduras no rosto, no tórax, nos braços e nas pernas, de segundo e terceiro graus, o menino estava internado no Hospital da Criança de Brasília José de Alencar (HCB), em estado grave. Na sexta-feira (18/8), ele chegou a sofrer uma parada cardiorrespiratória, mas os médicos conseguiram reverter o quadro.

No dia do acidente, devido à força do impacto, a vítima acabou arremessada para o alto e caiu na área onde fica o tanque da embarcação, ponto mais atingido pelas chamas.

O pai da criança, um passageiro de 42 anos, teve 40% do corpo queimado, com ferimentos dos mesmos graus no rosto, nos braços e nas pernas.

Outro parente das vítimas, um homem de 68 anos e pai de um quarto ocupante da lancha, sofreu queimaduras de primeiro grau no braço esquerdo; além disso, teve uma crise nervosa.

Momento da explosão

Uma testemunha relatou que estava em outra lancha com amigos e atracava para abastecer a embarcação, no posto do Clube Cota Mil, quando viu o momento da explosão.

A lancha atingida também abastecia no local, e a explosão teria provocado um buraco na parte superior do tanque de combustível do barco.

Além disso, a criança caiu dentro do alçapão após ser arremessada, segundo a testemunha. “O motor da lancha fica atrás, e há esse compartimento que é um alçapão, onde fica o tanque com as engrenagens”, afirma o empresário Nick Rafael Castro, 40 anos, que presenciou o acidente.

Em seguida, um adulto teria se jogado dentro do tanque da embarcação para retirar a criança, que estava em meio às chamas. “Foi muito rápido. Eu estava com amigos em uma lancha de passeio, quando paramos atrás e vimos o grupo abastecendo. Em questão de minutos, [o barco] explodiu”, detalhou.

No entanto, Nick Rafael não soube explicar como as duas vítimas conseguiram sair do tanque, apesar de terem escapado rapidamente. “Vi que um menino caiu nesse alçapão, e um adulto foi pegá-lo; depois, saiu com ele no braço”, completou o empresário.

A testemunha acrescentou que uma mulher pulou na água para se proteger das chamas e que acionou o Corpo de Bombeiros Militar (CBMDF) para resgatar as vítimas.

Perícia

A corporação atendeu a ocorrência por volta das 17h50, quando funcionários do posto de abastecimento tentavam conter as chamas. No local, os militares socorreram as três vítimas, que tiveram queimaduras de primeiro a terceiro grau.

A lancha transportava outras quatro pessoas, mas elas não se feriram. Os bombeiros conseguiram conter o incêndio após a explosão e fazer a ventilação da parte interna da embarcação, para eliminar gases inflamáveis.

Peritos da corporação, da Polícia Civil do Distrito Federal e da Capitania dos Portos da Marinha do Brasil atuaram para apurar as causas do acidente.

Em nota, a Marinha do Brasil informou que a Capitania Fluvial de Brasília instaurou inquérito administrativo para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades relacionadas ao acidente.

“A Marinha do Brasil lamenta o ocorrido e reforça a importância da execução das devidas manutenções nas embarcações, bem como do rigoroso cumprimento de procedimentos de segurança durante os reabastecimentos, tais como: arejamento do compartimento do tanque de combustível durante ao menos quatro minutos após o abastecimento e verificação da integridade do sistema de combustível, certificando-se de não haver vazamentos no compartimento dos motores”, ressaltou a Força Armada.


Com informações do Metrópoles - Marcus Rodrigues, Anderson Costolli

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