Bolsonaro ainda teria dito que ofereceria um indulto presidencial ao hacker, caso ele fosse pego em plano para invadir as urnas eletrônicas
Hugo Barreto/Metrópoles |
Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker da Vaza Jato, afirmou à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos de 8 de janeiro que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que, se algum juiz desse ordem de prisão ao hacker, o próprio mandatário determinaria a prisão do magistrado.
Além disso, Bolsonaro teria dito que ofereceria um indulto presidencial ao hacker, caso ele fosse pego em plano para invadir as urnas eletrônicas.
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“Ele disse: ‘Fique tranquilo. Se algum juiz te prender, eu mando prender o juiz’. E deu risada”, relatou o hacker.
Veja o trecho:
Tentamos entrar em contato com o advogado e ex-ministro Fabio Wajngarten, assessor de Bolsonaro, mas ele não atendeu às ligações nem visualizou as mensagens.
Delgatti na CPI
Mesmo que o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha garantido a Delgatti o direito de não proferir sequer uma palavra, o “hacker da Vaza Jato” resolveu responder aos questionamentos da comissão. Ele afirmou que foi contratado pela deputada federal Carla Zambelli (PL) para administrar suas redes sociais.
“Posteriormente, ela disse que havia uma oportunidade de emprego para mim. Estive em Brasília, falei com o presidente e, logo em seguida, fiquei em Brasília. Vim trabalhar na parte de redes sociais do gabinete dela, nas redes dela. Ela me enviou a senha do site, das redes sociais, mas, logo em seguida, uma decisão do Moraes limitou as redes sociais dela”, contou.
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Mudança no código-fonte
Delgatti detalhou a primeira reunião com Zambelli e líderes do PL, partido de Bolsonaro. “Na primeira reunião, estávamos a Carla, o presidente do PL (Valdemar da Costa Neto), os meus advogados, o irmão da Carla Zambelli e eu. E o marido da Carla Zambelli também. O assunto era bem técnico, até que o Valdemar agendou essa reunião mais tarde com o marqueteiro da campanha. O Valdemar entrou em contato com o marqueteiro, e ele disse que, às 15h, ia comparecer no PL”, contou.
O hacker também mencionou um segundo encontro. “O marqueteiro disse que o ideal seria que eu falasse sobre a credibilidade das urnas. A segunda ideia era, no dia 7 setembro, eles pegarem uma urna e colocarem um aplicativo meu. Registrar um voto e sair outro”, disse.
“O código-fonte é o código aberto. Compilado, ele vira apenas um, que é o que estava na urna. Quem tem acesso ao código-fonte antes de compilado consegue inserir linhas. O código-fonte obedece quem está criando ele. Eles queriam que eu fizesse um código-fonte meu e inserisse essas linhas, que chamam de código malicioso”, destacou o hacker.
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“Ele tem como finalidade enganar, colocar dúvidas na eleição. Eu criaria um código meu. A ideia dele era falar que a urna, se manipulada, sairia o mesmo resultado. Um código-fonte fake. Essa apresentação fake iria explicar à sociedade e a quem estivesse em 7 de setembro, que era possível aquela urna que eles veem na eleição imprimir outro voto. A ideia era essa”, revelou.
Com informações do Metrópoles - Júlia Portela, Rebeca Borges
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