O pastor estava foragido desde terça-feira (29/8), quando a polícia resgatou 50 pessoas em cárcere privado na clínica dele, em Anápolis
Divulgação/Polícia Civil |
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) prendeu, na madrugada de sábado (2/9), o pastor suspeito de manter duas clínicas clandestinas, na zona rural de Anápolis, e promover cárcere privado e tortura dentro delas. Ângelo Mario Klaus Júnior, que estava foragido desde terça-feira (29/8) quando a polícia resgatou 50 pessoas em cárcere privado em uma das clínicas, se entregou à polícia nesta madrugada.
O delegado do caso, Manoel Vanderic, disse que os crimes cometidos nas clínicas clandestinas são muito graves, de tortura qualificada e cárcere privado, que podem ter penas de até 20 anos de prisão.
Na quinta-feira (31/8), outra clínica clandestina foi descoberta com mais 43 pessoas que também estavam trancadas, amarradas e desnutridas, totalizando 93 resgatados nas duas clínicas supostamente mantidas pelo pastor.
No depoimento, o pastor, que estava acompanhado do advogado, se manteve em silêncio. Na manhã deste domingo (3/9), ele foi encaminhado para a cadeia pública de Anápolis.
O que se sabe sobre a clínica clandestina
O delegado Manoel Vanderic informou que a operação teve início quando um idoso de 96 anos foi recebido em um hospital de Anapólis "com vários ferimentos, lesões, sinais de maus tratos, mau cheiro e desnutrição". A investigação policial levou à primeira clínica clandestina, na qual foram encontradas 50 pessoas, entre 14 e 96 anos, em cárcere privado e foram presos quatro funcionários e o casal proprietário.
"Eles estavam desnutridos, alguns com deficiência intelectual, em crise. Escutamos relatos dos internos que eles apanhavam para não reclamar da comida, a maior parte vencida. Eles não recebiam atendimento médico nem psicológico. Eles eram custeados pela família por um valor médio de um salário mínimo", explica Manoel. Nove idosos foram internados com lesões graves, inclusive sinais de putrefação de alguns membros.
Ao serem resgatados, algumas pessoas procuraram a polícia e informaram que os familiares não estavam entre o resgatados. Foi quando a polícia encontrou uma segunda clínica, com 43 pessoas. Nela, "a maioria absoluta com deficiência intelectual e em surto", amarrados em camas de cimento. "A maior parte é de outros estados", diz o delegado. "O trabalho da polícia é levantar outros elementos para identificar coautores", completa o delegado, que também diz que alguns familiares também responderão por crimes de omissão.
Com informações do Metrópoles - Débora Oliveira, Talita de Souza
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