Mauro Cid é investigado em diversas operações da Polícia Federal. Entre elas, a que apura venda ilegal de joias da Presidência da República
Vinícius Schmidt/Metrópoles |
A Polícia Federal aceitou o acordo de delação premiada oferecido pela defesa de Mauro Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A informação foi divulgada pela Globo News e confirmada pelo Metrópoles nesta quinta-feira (7/9).
O militar é investigado em uma série de operações da Polícia Federal. Entre as quais, a que apura a venda ilegal de joias e outros objetos do acervo da Presidência da República durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
A expectativa de que Cid faça uma delação se intensificou após o advogado Cezar Roberto Bitencourt assumir a defesa do militar, em agosto.
Agora, após a confirmação da PF, cabe ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) darem o aval e analisar as condições para que o acordo seja firmado.
A reportagem do Metrópoles procurou a defesa de Mauro Cid para tratar do assunto, mas não obteve retorno até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.
Em nota, a Polícia Federal afirmou que não se manifestará sobre o assunto, “considerando o sigilo das investigações e o bom andamento dos trabalhos de polícia judiciária”.
O ex-ajudante de ordens está preso, suspeito de envolvimento em um esquema de fraude nos cartões de vacinação de familiares e do ex-presidente.
Depoimentos de Cid
Nas últimas semanas, Cid prestou uma série de depoimentos sobre diferentes casos à Polícia Federal. O mais recente ocorreu em 31 de agosto, em investigação sobre o caso das joias.
Além de Cid, Jair e Michelle Bolsonaro, o general Lourena Cid (pai de Mauro Cid) e os advogados Fabio Wajngarten e Frederick Wassef falaram à PF simultaneamente.
Informações preliminares indicam que apenas Mauro Cid e seu pai, Lourena Cid, falaram aos investigadores em Brasília; Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, prestou esclarecimentos em São Paulo.
Bolsonaro e Michelle permaneceram em silêncio durante a oitiva. A ex-primeira-dama se baseou em parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) que questiona a competência do Supremo Tribunal Federal (STF) em julgar o caso. Fabio Wajngarten também não falou. Um dos motivos apresentados por ele é o fato de ser advogado do casal Bolsonaro.
Cid também prestou depoimento em 28 de agosto, no âmbito do inquérito que apura as ações do hacker Waler Delgatti Neto contra o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Nessa oitiva do ex-ajudante de ordem, a PF apurou se Mauro Cid participou ou tem informações do encontro e das tratativas que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Nas conversas, os dois teriam discutido um plano para invadir o sistema do CNJ e também para contestar a efetividade do sistema eleitoral.
Com informações do Metrópoles - Rebeca Borges, Manoela Alcântara
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