Ministro Alexandre de Moraes determinou o afastamento da diretoria da agência, autorizou prisões e busca e apreensão
Rosinei Coutinho/SCO/STF |
As investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) apontam que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi usada para espionar jornalistas de diversos veículos de imprensa, políticos opositores ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive juízes da Corte.
A agência é alvo de uma ação da PF, deflagrada nesta sexta-feira (20/10), para apurar o uso de um sistema israelense para monitorar celulares dos alvos por meio de sistemas de geolocalização.
As informações sobre os alvos foram reveladas pelo jornal O Globo, e confirmadas pelo Correio, junto a fontes ligadas às investigações.
Ao todo, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão, sendo 17 no Distrito Federal (Brasília), um em Goiânia (Alexânia), dois em São Paulo (São Paulo e São José dos Campos), dois no Paraná (Curitiba e Maringá), três em Santa Catarina (Florianópolis, São José e Palhoça). Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo.
Também foram expedidos dois mandados de prisão preventiva no DF e cinco de afastamento, contra a diretoria da Abin, também no DF. Os diretores afastados estavam no cargo na gestão de Jair Bolsonaro e foram mantidos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O que diz a Abin
Em nota, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informou que cumpre as decisões judiciais sobre o caso, “incluindo as expedidas na manhã desta sexta-feira (20/10)”. “Foram afastados cautelarmente os servidores investigados”, ressaltou.
“A atual gestão e os servidores da ABIN reafirmam o compromisso com a legalidade e o Estado Democrático de Direito”, acrescentou o órgão.
A agência também disse que a verificação de regularidade do uso de sistema de geolocalização foi concluída em 23 de fevereiro deste ano. Com as conclusões da verificação, uma sindicância investigativa foi instaurada pelo órgão em 21 de março.
“Desde então, as informações apuradas nessa sindicância interna vêm sendo repassadas pela ABIN para os órgãos competentes, como Polícia Federal e Supremo Tribunal Federal”, informou.
“Todas as requisições da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal foram integralmete atendidas pela ABIN. A Agência colaborou com as autoridades competentes desde o início das apurações”, disse. O órgão também informou que a ferramenta deixou de ser utilizada em maio de 2021.
Com informações do Metrópoles - Renato Souza
Nenhum comentário