A guerra entre as duas maiores facções do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho, ganhou novos capítulos sangrentos
Perfilar soldados do crime, aniquilar rivais e dominar territórios no Distrito Federal e nos pavilhões de presídios que integram o Complexo Penitenciário da Papuda. A guerra entre as duas maiores facções do país, a paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) e a carioca Comando Vermelho (CV), ganhou novos capítulos, revelados, agora, em matéria exclusiva da coluna.
Conhecido por ter sido fundado há 30 anos, a pretexto de reivindicar mudanças nas condições de vida dos presidiários, o PCC decidiu aumentar seus tentáculos e, ao mesmo tempo, exterminar membros do CV que atuam em regiões administrativas do DF e em municípios no Entorno da capital federal.
Uma onda de batismos promovida pelo PCC para amealhar seguidores tanto intramuros quanto nas regiões administrativas tem um objetivo claro: “Mapear os lixos” — termo usado pela organização chefiada por Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, para se referir a integrante da facção carioca.
Execução de rivais
Após a identificação dos rivais, é decidido pela cúpula da facção paulista se os membros do CV são ou não executados, segundo fontes policiais ouvidas pela coluna.
Os assassinatos seriam uma forma de relacionamento e de fortalecimento da facção. Todas as informações captadas pelas autoridades constam em conversas entre presos faccionados — nos bate-bolas — e nos manuscritos encontrados nas celas da Papuda.
De acordo com a apuração e o monitoramento das autoridades, os criminosos assumem diferentes funções na estrutura da célula local do PCC. Os faccionados começam em posições conhecidas como “responsas”, cujas tarefas são menos complexas e de caráter executório.
Manuscritos do PCC na Papuda
Há, ainda, a chamada “Disciplina das Quebradas” e a “Disciplina das Regiões”, que passam pelas funções e gerências setoriais até chegar aos encargos de liderança local, conhecida como a “Geral do Estado”.
Em janeiro do ano passado, foram recolhidos manuscritos entre a massa carcerária no sistema penitenciário do DF contendo códigos de conduta, cujos ditames devem ser rigorosamente seguidos por seus filiados, sob pena de violentas sanções.
Os manuscritos foram nominados de “Estatuto 1533”, que faz alusão ao fato de o PCC ser identificado pelos números 15.3.3, e a letra “p” ser a décima quinta letra do alfabeto português na época e a letra “c”, a terceira. Em janeiro do ano passado, durante revista no Bloco 2, Ala A, do Centro de Internamento e Reeducação (CIR), os agentes localizaram na cela 1 dois estatutos do PCC camuflados em um dos colchões.
Com informações do Metrópoles - Carlos Carone, Mirelle Pinheiro
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