O MPDFT acusou o ex-delegado-geral da PCDF de perseguir uma jovem com quem teve relacionamento. Ele tornou-se réu e responderá na Justiça
Reprodução |
Uma série de vídeos mostra o ex-delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Robson Cândido supostamente perseguindo uma jovem. Ele está preso, acusado de usar a estrutura da corporação para cometer o crime de stalking contra a mulher com quem teve um relacionamento.
O caso foi denunciado pela jovem de 25 anos ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). De acordo com os promotores, ela teria tentado encerrar o relacionamento em diversas ocasiões, mas foi perseguida de forma contínua por Robson, inclusive em viaturas da própria PCDF.
Os vídeos obtidos pelo Metrópoles – que até então eram citados na denúncia do MPDFT contra Robson, mas só vieram à tona neste sábado (18/11) – revelam como agia o ex-chefe da PCDF. Esse material integra o acervo de mídias da investigação.
Uma das imagens é do dia 22 de agosto de 2023, no trajeto entre Águas Claras e Taguatinga, onde a jovem morava. Na ocasião, ela filmou e narrou que o carro atrás do dela era uma viatura da PCDF, dirigida por Robson. Angustiada, ela diz: “Mais uma vez o Robson me perseguindo, em outra viatura. Meu Deus, que inferno!”.
Em seguida, a mulher afirma que iria parar no posto da polícia. Veja o vídeo:
Em uma outra imagem, gravada no dia anterior, Robson perseguiu a jovem no trânsito, em Águas Claras. Ele aparece em uma caminhonete branca. Assista:
Antes das perseguições no trânsito, no dia 9 de agosto, Robson teria ido até a casa da jovem e entrado, sem a permissão dela. Um vídeo mostra a mulher conversando com ele por meio da porta do quarto. Ela questiona: “O que você tá fazendo aqui? São 8 horas da manhã”.
No dia 29 de setembro, a jovem procurou a 27ª Delegacia de Polícia. Na ocasião, ela queria denunciar o ex, mas foi surpreendida com a presença dele no local.
Àquela altura, segundo a investigação do MPDFT, Robson já tinha informações em tempo real de onde ela estava porque usou um sistema de monitoramento da corporação para persegui-la.
“Compareci aqui hoje, na 27ª DP, para registrar uma ocorrência contra o Robson, a respeito das perseguições que ele está fazendo comigo. Misteriosamente, ele apareceu dentro da sala do delegado, sabendo que eu estava aqui, me perseguindo, coagindo, me intimidando. Chegou mesmo a gritar comigo, dentro da delegacia de polícia”, disse a jovem no vídeo, que também faz parte da apuração contra o ex-delegado-geral da PCDF.
Entenda
Robson foi delegado-geral da PCDF por 4 anos e 9 meses. Ele deixou a corporação após ser denunciado pela jovem com quem teve relacionamento, em 2 de outubro, e acabou preso no dia 4 de novembro.
Ele é suspeito de quebrar a medida protetiva obtida pela vítima, ao supostamente mandar uma mensagem para ela de um número desconhecido.
Robson Cândido responderá por crimes como stalking e grampo ilegal. Os promotores concluíram que o delegado aposentado usou sistemas restritos das forças de segurança para perseguir uma mulher com quem teve um relacionamento.
O delegado Thiago Peralva, suspeito de inserir os dados da vítima no sistema de monitoramento, também foi denunciado.
Nas investigações, os promotores afirmaram que Robson Cândido teria mantido o grampo mesmo após deixar o cargo máximo da corporação.
Com informações do Metrópoles - Isadora Teixeira
Nenhum comentário