Velório aconteceu no cemitério Campo da Esperança de Taguatinga. Domingos Aguiar foi atingido por uma roçadeira no último sábado (9/12)
Domingos Aguiar, morto aos 65 anos após se envolver em um acidente de trabalho com uma máquina roçadeira, tinha se aposentado neste ano. No entanto, segundo familiares, teria voltado a trabalhar a pedido da empresa. Com uma salva de palmas, orações e lágrimas, parentes e amigos se despediram do trabalhador, na manhã desta segunda-feira (11/12), no cemitério Campo da Esperança de Taguatinga. Domingos deixa esposa, duas filhas adultas, 12 irmãos e o pai, o senhor Domingos Machado, 97 anos
O trabalhador prestava serviço para a empresa Garden e Concreto, no Guará, na manhã de sábado (9/12). Segundo a família, a empresa terceirizada era contratada da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap). A máquina roçadeira teria parado de funcionar. Um cabo de aço teria enroscado na hélice. Domingos teria tentado resolver o problema. Mas quando o equipamento foi destravado o atingiu mortalmente.
Segundo o irmão de Domingos, o servidor público Jesuito Machado Aguiar, 52, Domingos tinha se aposentado. “Ele tinha acabado de se aposentar, há dois meses. E aí a firma pediu que ele continuasse, pelo o tanto que ele era prestativo. Aí, ele disse: ‘Estou novo, vou ficar. É um salariozinho a mais'”, contou.
Suspeita de falha na máquina
De acordo com Jesuito, na análise preliminar no local do episódio, os peritos do Instituto Médico Legal (IML) testaram a máquina e identificaram que o equipamento tinha uma falha. “A máquina não poderia ter saído da garagem para trabalhar”, ressaltou. A família aguarda o laudo da perícia para confirmar a informação. O documento deverá ser concluído nos próximos dias.
“Meu irmão era um camarada alegre, trabalhador. Muito trabalhador. Trabalhava na empresa havia mais de 20 anos. E aí vem essa fatalidade. A gente perdeu um irmão querido. A empresa gostava muito dele. Gostava e gosta. O apelido dele era até Risadinha. Gostava muito de dar bom dia a todo mundo. Ele me deu bom dia no sábado”, contou. Domingos também gostava de sair e se divertir.
Segundo a irmã de Domingos, Elizângela Machado de Aguiar Pires, 50, a família está muito abalada e considera a morte foi muito prematura e poderia ter sido evitada.
“Nosso sentimento é de revolta e de indignação, por conta de uma negligência, de uma falta de responsabilidade, com a vida do trabalhador. Então a gente sente essa perda repentina”, desabafou.
De acordo com Elizângela, o pai de Domingos está muito abalado com a perda do filho. “Essa notícia foi um choque para ele. Ele não pode estar aqui nesse momento do sepultamento”, lamentou.
Outro lado
O Metrópoles entrou em contato com a Novacap sobre o caso. A empresa lamentou a morte do terceirizado e espera o esclarecimento do caso para adotar eventuais atitudes.
Leia nota completa:
“A Novacap lamenta o ocorrido e se solidariza profundamente com os familiares da vítima. A companhia aguardará a empresa terceirizada apurar o fato e apresentar o relatório da perícia, para maiores esclarecimentos”.
Segundo a família, representantes da Garden teriam entrado em contato e a empresa terceirizada estaria prestando apoio. O Metrópoles tentou contato com a empresa por ligação e mensagem, mas até a última atualização desta reportagem não havia obtido resposta. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
Com informações do Metrópoles - Francisco Dutra
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