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“Era a alegria em pessoa”, diz amiga sobre feirante morto por PM no DF

Cledson de Caldas era morador de Ceilândia e tinha uma banca onde vendia comida na feira do P Norte. Ele deixa uma filha de 12 anos


Reprodução/redes sociais
O jeito divertido e brincalhão de Cledson de Caldas Souza (foto em destaque) é lembrado com carinho pelos amigos e família do feirante. “Ele era a alegria em pessoa, por onde passava deixava memórias felizes, fazendo todos sorrirem”, declarou a amiga Kamila Martins, 39.

A motorista não consegue acreditar no que aconteceu na noite de domingo (31/12): um policial militar de folga atirou contra o trabalhador, após uma discussão no trânsito. O cabo Bruno Correa da Hora Fernandes efetuou dois disparos disparos, um no rosto e outro no braço de Cledson, que morreu no local, aos 44 anos.

“Está sendo mais difícil pela forma que aconteceu, muita crueldade contra uma pessoa desarmada”, indignou-se. “O culpado tem toda uma formação para lidar com qualquer tipo de situação e tenho certeza que um tiro na cabeça pelas costas, não é legítima defesa”, continuou Kamila, com revolta. Os dois eram amigos havia 24 anos, quando se conheceram no ensino médio.

Conhecido como Keke pelos amigos, Cledson era morador de Ceilândia e tinha uma banca onde vendia comida na feira do P Norte, também na região administrativa. Ele deixa uma filha de 12 anos.

“Era muito brincalhão, carinhoso, dono de um coração sem tamanho, ajudava qualquer pessoa que precisasse dele, independentemente de qualquer coisa. Se ele não podia fazer muito pela pessoa, ao menos, um ombro amigo sabíamos que poderia contar com ele”, comentou Kamila.

Nascido na véspera de Natal (24/12), Cledson morreu uma semana após comemorar o aniversário de 44 anos – na véspera de Ano-Novo. “A ficha ainda não caiu. Hoje foi o sepultamento dele e ver ele dentro daquele caixão, me deixou destroçada, visto que ele era uma pessoa que não ficava quieto, conversava pelos cotovelos”, lamentou.

Cledson foi enterrado na tarde dessa segunda-feira (1º/1) no Cemitério de Taguatinga. A 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia Centro) investiga o caso.

Briga


Conforme apurou a coluna Na Mira, o policial Bruno Correia da Hora Fernandes estava acompanhado da esposa e um casal de amigos quando decidiu lanchar em um estabelecimento da CNM 1.

No local, havia um motorista de um Gol, que aparentava estar alterado e importunava funcionários e clientes, segundo relataram testemunhas no boletim de ocorrência. Era Cledson.

De acordo com os depoimentos, Bruno teria ido conversar com ele e o orientado a ir embora. Após discutirem, Cledson teria deixado o local e, na sequência, o policial também foi embora.

No entanto, na saída, eles voltaram a se encontrar, em um semáforo da Avenida Hélio Prates. À polícia o PM disse que Cledson teria socado o vidro do carro e o ameaçado de morte. Alegando temer pela vida, o militar atirou.

Amigos e familiares de Cledson questionam a ação do policial e pedem justiça. Eles falam que a morte dele foi covardia, uma vez que o feirante foi morto com tiros pelas costas. “Que não fique impune. Quem fez isso destruiu sonhos, destruiu uma família e o coração de vários amigos”, comentou uma amiga de Cledson nas redes sociais.

Após constatar que Cledson estava ferido, Bruno acionou o Corpo de Bombeiros Militar do DF e compareceu à 15ª DP para se apresentar com a arma de fogo. Ele não foi preso. Bruno é lotado no Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA).

O que diz a PMDF


Em nota, a PMDF informou que, após o ocorrido, o policial ligou para o 190 pedindo apoio e, em seguida, se dirigiu, espontaneamente, para a 15ª DP.

“O caso está sob apuração pela PCDF e pela Corregedoria da PMDF”, informou a corporação.

Com informações do Metrópoles - Jade Abreu

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