Nesta semana, a jovem que matou a melhor amiga em 2020, em Cuiabá (MT), foi expulsa do curso de medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic
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A mãe da jovem que matou a amiga Isabele Guimarães Rosa, em 2020, com um tiro no rosto, disse que a filha “não deve nada para ninguém”. Nesta semana, a jovem foi expulsa do curso de medicina da Faculdade São Leopoldo Mandic. Ela estudava na unidade de Campinas (SP) da instituição de ensino.
“Minha filha não deve nada para ninguém. Cumpriu o que foi imposto pela Justiça. Ela merece viver a vida sem esse linchamento moral”, afirmou a mãe da estudante, hoje com 18 anos, ao blog True Crime, do jornalista Ullisses Campbell.
Ela ainda prometeu “não deixar barato” a situação vivida pela filha, que já enfrentou outras reações negativas. Segundo a mãe, quando ainda morava em Cuiabá, por exemplo, ela foi a um salão de beleza e acabou sendo chamada de “assassina” por uma cliente no momento em que era maquiada para uma festa.
A decisão de expulsar a jovem foi tomada depois que a unidade de ensino recebeu uma denúncia feita ao Comitê de Compliance. Segundo a São Leopoldo Mandic, foi realizada uma investigação que constatou que a presença da aluna “gerou um clima interno de grande instabilidade do ambiente acadêmico”.
A jovem ainda poderá recorrer da decisão. Em nota, a faculdade citou a necessidade de “afastar riscos à reputação e imagem da Instituição”. O curso de medicina da São Leopoldo Mandic custa em torno de R$ 13 mil mensais.
De acordo com a True Crime, uma aluna do 5º ano de medicina, moradora de Cuiabá, capital de Mato Grosso, espalhou pela faculdade que a estudante tinha sido condenada por homicídio. Depois disso, a jovem teria passado a ser rejeitada pelos colegas de turma.
Relembre o caso
Isabele Ramos Guimarães, de 14 anos, foi morta pela melhor amiga em 12 de julho de 2020, em uma casa em um condomínio de luxo, em Cuiabá (MT). Ela levou um tiro no rosto. As duas tinham a mesma idade na época.
Na época, a jovem responsável pelo disparo praticava tiro esportivo junto com os irmãos e os pais. Ela afirmou que a pistola disparou acidentalmente, mas negou estar brincando com a arma da família. Após o crime, a polícia verificou que o armamento estava sob posse ilegal do pai da suspeita.
Em setembro do mesmo ano, a Polícia Civil de Mato Grosso (PCMT) concluiu que o tiro da arma de fogo que atingiu Isabele não foi acidental e indiciou a jovem por ato infracional análogo a homicídio doloso. Ela ficou cerca de 18 meses detida em uma unidade para menores infratores.
Em 2022, após recurso, a tipificação do crime foi alterada para ato análogo a homicídio culposo, quando não há a intenção de matar, o que permitiu que ela respondesse pela morte em liberdade. Em julho de 2023, a Justiça do Mato Grosso extinguiu o processo de execução de medida socioeducativa da adolescente.
De acordo com a juíza Leilamar Aparecida Rodrigues, da 2ª Vara da Infância e Juventude de Cuiabá, o processo foi extinto após o “cumprimento integral da medida de liberdade assistida imposta”.
Na decisão, a magistrada também considerou que a adolescente completaria a maioridade em breve, e “demonstrou o interesse em traçar novos objetivos longe do ambiente deletério da reiteração infracional”.
Ela foi liberada após passar 1 ano e 5 meses em detenção no Complexo do Pomeri, na capital do estado. O Estatudo da Criança e do Adolescente (ECA) prevê que o prazo de internação não pode ultrapassar três anos.
Como a atiradora era menor de idade na época, a divulgação de sua identidade é vedada pelo ECA.
Com informações do Metrópoles - Flávia Said
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