Segundo o Ministério da Saúde, ainda é preciso dedicar 10 minutos semanalmente na identificação de focos do Aedes aegypti. Autoridades também recomendam fortemente a vacinação de crianças de 10 a 14 anos
Luis Nova/CB/D.a press |
Sete estados e o Distrito Federal já atravessaram o pico de casos de dengue neste ano, segundo o Ministério de Saúde. Nos últimos anos, a doença apresentou alta entre os meses de março e abril. Desta vez, os maiores valores foram registrados no fim de janeiro, fevereiro e início de março. Atualmente, o país marca 2,6 milhões de infectados, 991 mortes pela doença e outras 1.483 em investigação, somente em 2024.
Acre, Amazonas, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Piauí e Roraima, além do DF, são os locais onde a incidência da doença está diminuindo. Segundo a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, eles foram os primeiros a aumentarem os casos e, por isso, já passaram o pico e estão revertendo a curva. O Distrito Federal, por exemplo, lidera o ranking de incidência da doença (nº casos/100 mil habitantes) desde o início do ano e, agora, está apresentando queda. A 13ª semana epidemiológica, que finalizou no último sábado, teve 2.896 casos notificados — um contraste significativo em relação à 12ª, que teve 10.870. Nas duas semanas anteriores a essa, também houve decréscimo, de 15 mil para 13 mil.
Há ainda alguns locais que estão com número estável de casos notificados: Amapá, Ceará, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul e Tocantins. O Paraná, que é o quarto em número de incidência e também teve aumento de casos no início do ano, apresentou uma queda nesta semana epidemiológica, mas ainda é considerado estável. Na 10ª semana, foram 32 mil casos. Houve um aumento para 34 mil casos na 11ª; seguiu-se um declínio na 12ª, com 32 mil; e a 13ª, com 13 mil.
Maciel explica que, em alguns locais, a desaceleração dos casos está sendo tão rápida quanto o aumento. No entanto, ainda é preciso cautela, já que os casos continuarão ocorrendo. "Queremos chamar a atenção para este momento com tendência de queda e estabilidade. Mas, [a situação] ainda requer atenção, precisamos que as pessoas continuem dedicando 10 minutos contra a dengue, olhando os focos do mosquito. Temos também a necessidade nos municípios onde a vacina está disponível de que os pais e responsáveis levem as crianças para tomar a vacina contra a dengue", declarou a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente.
A também epidemiologista alertou que alguns estados apresentam alta de casos neste momento: Alagoas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Por questões climáticas, o Nordeste costuma ter alta de casos da dengue mais tarde, em maio, e, por isso, iniciou a onda de casos recentemente.
A Bahia começou a apresentar aumento significativo de casos somente na 8ª semana epidemiológica, com 11 mil casos. A 11ª semana foi a com maior número de casos, mais de 18 mil notificados. Desde então, também há queda nos números — foram 13 mil na 12ª semana e 3,6 mil na 13ª.
Próxima semana
O aumento nesses locais, segundo Maciel, não está sendo tão abrupto quanto foi nos estados que estão em queda. Há ainda a expectativa de que boa parte de onde os casos estão estáveis confirme a queda — como é possível que aconteça no Paraná. Por esse motivo, a pasta ainda está cautelosa sobre confirmar que o pico da doença no Brasil já passou, mas afirma que na próxima semana deverá ter uma resposta definitiva.
Maciel deixou, no entanto, um recado para que as medidas de cuidado não sejam afrouxadas. "Há indícios de que passamos o pico da curva [de casos da dengue no Brasil], mas ainda temos toda a descida da curva. Continuarão existindo casos de dengue. Precisamos manter nossas ações de atenção, vigilância, e a população consciente", finalizou.
Com informações do Correio Braziliense - Mayara Souto
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