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Em fase de testes, mais de 130 ônibus já circulam com pagamento digital

As linhas circulam pelas regiões de Taguatinga, Ceilândia, Park Way, Guará e Águas Claras e já aceitam pagamentos com os cartões do sistema de bilhetagem e bancários


Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília
Desde o anúncio das mudanças no Sistema de Bilhetagem Automática (SBA) do transporte coletivo pelo Governo do Distrito Federal (GDF), no último dia 16 de maio, 134 ônibus que circulam pelas regiões de Taguatinga, Ceilândia, Park Way, Guará e Águas Claras estão operando em fase de teste com o validador habilitado para receber pagamentos por meio eletrônico.

De acordo com a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), a partir de 1º de julho, as formas de pagamento das passagens de ônibus serão ampliadas e passam a ter as opções de utilizar os cartões Mobilidade, Vale-Transporte e cartão bancário de débito e crédito. Os passageiros também poderão utilizar smartphones, smartwatches ou pulseiras inteligentes para fazer o pagamento.

Em recente entrevista, o secretário da Semob, Zeno Gonçalves, afirmou que a diminuição do uso de dinheiro no transporte acontecerá de forma gradativa para evitar ao máximo impacto no dia a dia dos passageiros.

“A partir do dia 1º de julho, iremos implantar em linhas nas quais o pagamento em espécie é pequeno. À medida que houver adesão, iremos ampliar para as outras linhas a retirada do dinheiro em espécie. A projeção é que até o fim do ano nós estejamos com 100% de adesão por parte do usuário, com um sistema totalmente automatizado”, detalhou o secretário.

Segundo dados da Semob, em 2023, o pagamento da passagem com dinheiro em espécie representava um montante de R$ 278.501.638, o equivalente a 31% do total de acessos. Em 2024, o volume, até o momento, é de R$ 84.937.971, o que equivale a 29% do total de viagens.

Evolução de pagamento


Há 24 anos trabalhando no sistema de transporte público, o motorista André Luiz da Silva acompanhou as evoluções na forma de pagamento das viagens pelos passageiros. O que antes era comum com transações em dinheiro foi se tornando mais escasso e dando lugar ao pagamento digital.

“A gente já não vê dinheiro no sistema há muito tempo. De 100 passageiros que embarcam nas viagens, conto nos dedos aqueles que pagam com dinheiro. Naturalmente, já vinha se encaminhando para isso; o usuário que utiliza com frequência tem o Cartão Mobilidade”, relata o motorista.

Zeno Gonçalves enfatiza, ainda, que a Semob não trabalha com a possibilidade de extinção de postos de trabalho e destaca que os cobradores poderão ser utilizados em outras áreas do sistema de transporte. “Temos a determinação do governo de manter todos os postos de trabalho. O cobrador é um agente de comercialização. Ele vai atuar dentro dos ônibus por um bom período ainda e, no momento adequado, poderão ser utilizados para apoiar a comercialização fora dos ônibus porque as operadoras também passarão a comercializar o cartão mobilidade”, explica o titular da Semob.

Cartões e integração


Para as estudantes Ana Paula Lima e Marcela Cardoso, as novas formas de pagamento podem facilitar para os usuários do transporte coletivo. “Gradativamente, com a informação ampliada, acredito que a população vai entender melhor como será o processo. São facilidades chegando que ampliam o acesso”, diz Ana Paula. “Eu quase não vejo dinheiro, é mais cartão. Os cobradores, às vezes, até ficam no ‘perrengue’ do troco. E o sistema está acompanhando a modernidade com outras formas de pagamento”, destaca Marcela.

As recargas dos cartões também estão facilitadas. Os mais de 280 mil usuários do aplicativo BRB Mobilidade podem adquirir créditos de transporte com o pagamento via Pix no próprio app, e o valor fica disponível para ser utilizado nos validadores online em, no máximo, cinco minutos.

Atualmente, existem seis tipos de cartões do Sistema de Bilhetagem: Mobilidade, Vale-Transporte, Estudantil, Especial, Criança e Sênior.

O pagamento de passagem com cartão bancário (débito ou crédito) não permite integração. Os cartões Mobilidade e Vale-Transporte são os que permitem ao passageiro fazer até três embarques no mesmo sentido, no prazo máximo de até três horas entre o primeiro e o último embarques. É possível, por exemplo, combinar uma parte do trajeto por meio de micro-ônibus, depois embarcar no metrô ou BRT e completar o percurso em outra linha de ônibus.

A integração pode ser feita em qualquer parada de ônibus, estações do metrô e nos terminais rodoviários. Atualmente, os ônibus do DF cobram passagens de R$ 5,50 (longa e metrô), R$ 3,80 (ligação de RAs) e R$ 2,70 (curta). Mas o valor máximo da passagem integrada para quem utiliza cartão de transporte é de R$ 5,50, mesmo que o passageiro utilize trajetos de diferentes preços.

Por Josiane Borges, da Agência Brasília

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