A Novacap finalizou o plantio das novas mudas de 65 espécies nativas do Cerrado no local, entre elas ipês, pequizeiros e pitangueiras
Matheus H. Souza/Agência Brasília |
Uma nova paisagem já está em crescimento no Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek. O lugar, antes ocupado pelos pinheiros retirados por questões de segurança, agora é um berçário repleto de novas mudas nativas do Cerrado brasiliense. São 2 mil mudas de 65 espécies nativas que mudarão a paisagem do local quando crescerem, seguindo o plano original de paisagismo do parque elaborado por Roberto Burle Marx.
O Governo do Distrito Federal (GDF) finalizou o plantio das novas árvores em março. De acordo com o chefe do Departamento de Parques e Jardins da Novacap, Raimundo Oliveira, mesmo que demore alguns anos para que as árvores cresçam e deem sombra, o crescimento das mudas está dentro da expectativa e elas estão sendo monitoradas constantemente.
“O crescimento dessas espécies não é tão acelerado como seria um bosque de pinos, mas estamos fazendo um tratamento diferenciado para que em cinco anos já tenham espécies que promovam um sombreamento e a população consiga usufruir”, destaca o gestor. Ele estipula que a plenitude das árvores será alcançada em torno de dez anos.
Segundo o responsável pelo replantio do bosque, as equipes fazem o acompanhamento de combate de pragas e formigas semanalmente, além da manutenção da área limpa, controle da vegetação, irrigação, manejo e adubações periódicas para que haja um crescimento acelerado.
O Governo do Distrito Federal (GDF) finalizou o plantio das novas árvores em março. De acordo com o chefe do Departamento de Parques e Jardins da Novacap, Raimundo Oliveira, mesmo que demore alguns anos para que as árvores cresçam e deem sombra, o crescimento das mudas está dentro da expectativa e elas estão sendo monitoradas constantemente
Durante um passeio de bicicleta próximo ao Estacionamento 4 do Parque da Cidade, onde é possível ver as novas mudas, o programador Guilherme Neves Souza, 29, disse ter boas expectativas sobre a nova paisagem. “Eu estou bem animado com o que pode vir a ser, porque aqui é um lugar muito típico de Brasília. Eu acho que é importante essa renovação, porque os pinheiros não eram nativos daqui. Voltar a ter esse espaço lembra o que a gente realmente é aqui, essa área que é o Cerrado mesmo, uma minissavana muito bonita”, acentua.
Sem risco de queda
Dentre as 65 diferentes espécies plantadas estão 100 copaíbas, 25 louros pardos, 25 aroeiras vermelhas, 18 mudas de pau- brasil, dez tamarindeiros, seis pequizeiros, 30 pitangueiras, 296 palmeiras e mais de 800 ipês – sendo eles roxos, brancos e de diferentes tipos de amarelo.
Os ipês são as árvores favoritas do aposentado Sergio Neves, 73, que diz já ter plantado quatro na região. Para ele, a espera pelo crescimento das árvores faz parte do processo de arborização. “Eu estou aguardando a floração dos que eu plantei há sete anos já, então essa esfera aqui não me traz nenhuma preocupação, é assim mesmo”. Sergio, que costuma correr no parque e sempre passa pela área onde as novas mudas foram plantadas, descreve a providência tomada na região como necessária para a segurança da população.
O bosque já foi 100% replantado, com a retirada dos tocos está em 80%. Raimundo frisa a importância do trabalho de remoção dos pinheiros e a troca pelas novas árvores plantadas, que podem chegar até três metros e possuem baixos índices de queda.
“Além da redução de risco das quedas de árvores que tinham mais de 20 metros de altura, hoje devolvemos para a área espécies adequadas do cerrado com um comportamento ideal para o clima de Brasília. Nossa intenção é que o bosque contemple o projeto inicial do parque”, observa o representante da Novacap.
O administrador do Parque da Cidade, Todi Moreno, reforça que o parque não receberá nenhum evento de grande porte na área renovada até que as mudas tomem corpo, uma decisão tomada para não atrapalhar o desenvolvimento da nova vegetação. “Agora vamos ter de fato árvores nativas que vão trazer mais segurança para os nossos frequentadores”, afirma.
Por Jak Spies, da Agência Brasília
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