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Tecnologia turbina agronegócio no DF a partir desta terça-feira (21/5)

Começa a AgroBrasília, maior feira do setor no Centro-Oeste. Neste ano, os destaques são o uso de ferramentas de ponta e a questão da sustentabilidade, temas importantes para que a produtividade cresça com responsabilidade ambiental


Ed Alves/ CB Press
Palco para negociações relacionadas ao agronegócio, a AgroBrasília, que este ano começa a partir desta terça-feira (21/5) e vai até o próximo sábado (25/5), investe em tecnologia e sustentabilidade como temas principais para o setor. São mais de 600 expositores que apresentam as últimas inovações aplicadas ao agronegócio brasileiro, líder mundial na produção e exportação produtos como soja, açúcar, café, laranja e celulose, e que beneficiam pequenos, médios e grandes agricultores. Telemetria com inteligência artificial, novas tendências da agricultura familiar e um pavilhão de inovação e tecnologia são alguns dos destaques da edição. 

José Guilherme Brenner, presidente da AgroBrasília e da Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF), explicou ao Correio que um dos objetivos do evento é explorar a inovação com o intuito de torná-la realidade no trabalho realizado no campo.  "A tecnologia e a sustentabilidade são pontos fortes, que estão ligados um ao outro. A gente percebe que é importante que se esteja atualizado tecnologicamente, para que se faça uma prática mais sustentável, do ponto de vista ambiental e econômico. A ideia da feira é exatamente essa: proporcionar ao produtor alternativas e novidades para que ele escolha o que é melhor e leve para área dele, melhorando a prática e o dia a dia", declarou. 

O presidente destacou que a inovação é uma proposta tradicional dos expositores. Apresentar equipamentos e ideias de ponta é uma necessidade. "Todas as empresas de máquinas se preparam e trazem equipamentos novos, de última geração e com avanços, isso está dentro do pacote", contou. 

A 15ª edição da feira terá cinco dias de duração e tem como tema "O agro do futuro a gente cultiva hoje". São 70 hectares do Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, no km5 da BR 251, ocupados pelos expositores. Ao longo de 14 edições, houve um investimento de R$ 20 milhões em infraestrutura. No ano passado, registrou-se um total de R$ 4,8 bilhões em negócios gerados no evento, que recebeu cerca de 170 mil visitantes. Para 2024, a expectativa é de que os números sejam semelhantes, com uma pequena elevação.  

"Alexa do campo" 


Uma das empresas pioneiras na AgroBrasília, a Cerrado Verde trouxe para o evento uma inovação tecnológica com um sistema de telemetria para pivôs de irrigação. A empresa é a primeira no mundo a lançar a telemetria IOT (Internet das Coisas) aliada ao comando de voz pela Alexa e Google Home, tanto para aparelhos Android quanto para IOS. 

José Américo de Miranda, diretor e proprietário da Cerrado Verde, ensinou como funciona a inovação, que ele escolheu chamar de revolução. "Com a nossa telemetria, o agricultor consegue comandar remotamente e receber informações em tempo real sobre tudo que acontece com o pivô. Eles podem controlar, inclusive, a quantidade de água que precisam colocar na lavoura, além do mais, têm acesso a todos os relatórios sobre a quantidade de água, tensão, corrente, pressão, frequência e sobre a energia que foi proporcionada", explicou. O diretor destacou que o sistema foi pensado para pequenos e grandes agricultores. Ele contou que, para aderi-lo, o produtor desembolsa cerca de R$ 3 mil e paga uma taxa anuidade no valor de R$ 1.500. 

Na AgroBrasília, a New Holland e Unapel apresentam soluções aos produtores que vão desde o plantio à colheita.  Entre as atrações do estande da marca está o novo aplicativo para gestão agrícola, o FieldOps, que ajuda o agricultor a ter uma melhor tomada de decisão com base nas informações da frota e na análise dos dados agronômicos e pode ser utilizado em todos os tipos e tamanhos de propriedades. O aplicativo reúne monitoramento em tempo real, visualização remota, interface intuitiva e melhor performance, benefícios pensados para melhor gerenciamento dos dados da operação.

"A agricultura está se tornando cada vez mais digital, com um crescimento exponencial de máquinas conectadas. Esse é um aplicativo completo e fácil de utilizar, que unifica as principais necessidades de gestão operacional num único local, evitando que o cliente utilize soluções digitais fragmentadas e múltiplos aplicativos ou plataformas", explicou Eduardo Kerbauy, vice-presidente da New Holland. 

Fabiano de Lucca, representante comercial da RTV Microxisto, indústria de fertilizante, contou que a empresa participa da AgroBrasília desde a primeira edição e preparam novas tecnologias para oferecer aos agricultores durante o evento. "Nós trouxemos um novo serviço de aferição de aeronaves e drones de pulverização, em que a gente faz toda a verificação de faixa de aplicação da aeronave, e também trouxemos equipamentos inovadores para fazer a aferição dessas aplicações", contou. 

José Brilhante Neto, sócio proprietário do expositor Guzerá da Capital, da Fazenda Entre Rios, ressaltou que a empresa participa da AgroBrasília há 13 anos. "Nós fazemos um trabalho de genética. Produzimos, fazemos medições, para comprovar que o animal é de qualidade, para, posteriormente, conseguir levar isso a outros rebanhos. Vendemos, principalmente, tourinhos para que seja feita uma melhor produção de bezerros em outras fazendas", explicou. 

Para esta edição, José Neto explicou que foram feitas medições por meio da tecnologia de ultrassonografias de carcaça, o que possibilita que o marmoreio da carne seja visto. "Isso traz uma maciez melhor na carne, maior qualidade. Nossos animais são todos aferidos,  e em cada uma das oito baias a gente traz dados sobre o marmoreio dos touros que estão à disposição." No relatório exposto no espaço onde os animais ficam, o estande também mostra informações sobre a genética familiar da espécie, como quanto de leite a mãe produziu. 

Em parceria com o Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), o grupo Gefoscal participará da feira pela primeira vez. Júlio Umpierre, diretor comercial da empresa, explicou que o grupo é, atualmente, o maior produtor de fósforo natural reativo do país. "Em nossa mineração, a gente produz um fertilizante utilizando a rocha natural do enxofre, para fazer com que  a reação desse fósforo sedimentar fique mais ativo no solo. O nosso produto é altamente sustentável, a própria planta o torna solúvel e ele não ataca o solo. Então, o produtor consegue reduzir a área de plantio, o que hoje é o nosso foco, a gente quer produzir grandes áreas desmatando menos, o foco do grupo é sustentabilidade e alta produção", informou. 

Novidade no pavilhão


Entre as novidades que estreiam no evento deste ano, está o Pavilhão de Inovação, uma parceria entre Coopa, Fundação de Apoio à Pesquisa do DF (FAP-DF) e a SoluBio. Juntas, trarão 20 startups e mais duas empresas que apresentarão as últimas inovações aplicáveis ao agronegócio brasileiro, como soluções inovadoras em agricultura de precisão, conectividade, sensoriamento, monitoramento inteligente, nanotecnologias, bioinsumos, biotecnologias e inteligências artificiais que estão revolucionando o setor.

"Essa é a primeira vez do Pavilhão de Inovação e Tecnologia na AgroBrasília. Teremos 22 empresas, sendo 20 delas startups, detalhou Rose Monnerat, diretora de Pesquisa, Desenvolvimento e inovação da SoluBio, cogestora do Pavilhão. Lydia Costa, gerente-executiva do espaço disse que o grande objetivo é integrar os setores, fazendo com que a pesquisa chegue até o produtor rural e que essas inovações sejam, de fato, utilizadas pelo agricultor.

Solidariedade 


A entrada do evento é gratuita, mas neste ano há uma modalidade de ingresso solidário disponível aos visitantes. Com as cheias que assolam o Sul, a organização decidiu lançar uma campanha para dar assistência aos desabrigados pela tragédia ambiental. 

"A AgroBrasília segue com entrada franca. Porém, quem quiser colaborar com alguma doação, o Parque terá totens com um QR Code destinado para Pix solidário. Temos muitos cooperados do Sul, inclusive de regiões muito afetadas pela enchente. A intenção é ajudar as cooperativas e os amigos produtores rurais do interior a superarem esse momento de crise", detalhou Brenner. O Parque Tecnológico Ivaldo Cenci também terá pontos de coleta para doação de alimentos não perecíveis, roupas, agasalhos, itens de higiene pessoal, água potável e outros.

Com informações do Correio Brasília - Letícia Guedes

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