Médicos do Sírio Libanês usaram óculos de realidade virtual para aumentar a precisão durante cirurgia para retirada de tumor pulmonar
Divulgação/Sírio-Libanês |
Uma cirurgia na qual os médicos enxergam ao mesmo tempo o paciente e projeções de seus órgãos em versões coloridas e expandidas. A primeira cirurgia com o auxílio de óculos de realidade virtual do Brasil foi realizada no Hospital Sírio-Libanês de Brasília, para a remoção de um tumor no pulmão de um paciente.
A cirurgia foi feita em maio deste ano, mas só agora o material que mostra o procedimento foi divulgado. Os médicos retiraram uma pequena parte do pulmão do paciente de modo minimamente invasivo para tratar um câncer em estágio inicial. A tecnologia permitiu que o procedimento fosse realizado sem a necessidade de abrir o peito do paciente.
A segmentectomia pulmonar anatômica robótica foi feita com os óculos 3D combinando dados de diferentes fontes de informação em tempo real. Os recursos tecnológicos permitem que o médico esteja atento a todos os sinais vitais do paciente enquanto observa as imagens digitais projetadas.
Processadas por um software, as imagens possibilitaram que a equipe médica visualizasse o pulmão do paciente em 3D através dos óculos, dando a eles uma melhor orientação sobre a profundidade do câncer.
“Essa tecnologia nos proporcionou uma visão muito mais precisa da anatomia do paciente, o que nos permitiu realizar a segmentectomia com maior segurança, menor sangramento e menor risco de complicações. Isso resultou em uma cirurgia mais rápida e menos traumática para o paciente, que foi para casa 48 horas após o término da cirurgia”, explicou o cirurgião torácico Humberto Alves de Oliveira, responsável pelo procedimento.
Paciente teve alta dois dias após cirurgia
Com a técnica, é possível ter mais precisão na percepção da dimensão do problema, neste caso, o câncer de pulmão. O paciente que aceitou ser o primeiro a passar por essa cirurgia no Brasil foi o servidor público aposentado José Maria Cardoso de Sena, de 65 anos.
José, ex-fumante, foi diagnosticado com um câncer em estágio inicial em outubro de 2023. O procedimento durou cerca de três horas e foi um sucesso. José teve alta dois dias depois e se recuperou em casa.
Além de Humberto, participaram do procedimento a cirurgiã torácica Paula Ugalde, do Brigham and Women’s Hospital em Boston, nos Estados Unidos, e a radiologista Isabela Silva Müller, especializada em tórax e reconstrução 3D radicada no Canadá.
Com informações do Metrópoles - Bruno Bucis
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