No ano passado, segmento registrou alta de 13,22%; Emater-DF presta apoio fundamental desde a produção, até a organização de eventos como a FestFlor, que chega à 9ª edição
Matheus H. Souza/Agência Brasília |
Há 30 anos, Lucimar Freima, 54 anos, chegou ao Distrito Federal, vinda do Espírito Santo, e começou a trabalhar na produção de plantas ornamentais. Pouco tempo depois, ela viu um aumento na procura por suculentas e passou a dedicar-se também a esse nicho. No início, as plantas menores eram criadas na varanda da casa em sua chácara, no Núcleo Rural Rajadinha, em Planaltina. Só que a produção cresceu tanto que precisou de um novo lugar. Hoje, são três estufas só para cactos e suculentas.
A trajetória de Lucimar reflete o movimento do mercado de floricultura na capital federal. Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF), no ano passado, o valor bruto de produção foi de R$ 205,8 milhões — o que revela uma alta de 13,22% em relação ao ano anterior, quando o valor foi de R$ 181,7 milhões.
“No ano passado, no mês das mães, faltou suculenta”, conta a empresária. “Se eu tivesse 3 mil suculentas, eu tinha vendido tudo, as estufas ficaram praticamente vazias. Eu amo tanto essas plantas, porque não tem problema, não tem tristeza que pare na frente da gente quando abre uma flor.”
Programa de floricultura
O crescimento de Lucimar e do setor como um todo teve apoio fundamental da Emater. “A floricultura é um programa prioritário nosso, porque a gente acredita que a atividade tem uma alta remuneração e tem um consumo grande no DF”, aponta o presidente da empresa, Cleison Medas Duval – que, antes de assumir a presidência, foi coordenador do programa de floricultura da Emater-DF.
“Nós somos o terceiro consumidor per capita e o quinto em volume global de compras”, prossegue o gestor. “Na minha época [2007], eram 57 produtores. Hoje, com esse trabalho de incentivo e capacitação, nós já estamos com 216. Não é muito fácil você trabalhar na atividade, mas houve um aumento. Qual o resultado disso? É renda, emprego, qualidade de vida para aquelas famílias que estão produzindo. O dinheiro está girando dentro da própria cidade.”
A assistência da Emater-DF alcança todas as etapas da produção. “Nós temos um atendimento bem amplo ao produtor, desde a parte técnica propriamente dita, a parte de adubação, escolha de planta, climatização, local, irrigação… e também essa parte de comercialização de entender os processos produtivos. A gente acompanha todas as etapas dentro da propriedade”, explica a extensionista rural Gesinilde Santos.
“A Emater-DF sempre atende bem, está sempre conosco”, elogia Lucimar. “Uma vez, teve uma feira em que eu só não fiquei para trás porque eles arrumaram um caminhão. A Gesinilde chegou aqui com garra, me ajudou a lotar o caminhão e a gente foi para a feira. Então, eles estão sempre com o produtor, estão sempre acompanhando, sempre prontos para ajudar.”
FestFlor
Uma das principais formas de apoio pela Emater-DF é a organização da feira FestFlor Brasil, que chega à nona edição neste ano e fica até domingo (8) no Pavilhão de Exposições da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), na Asa Norte, com participação de mais de 100 produtores.
“A gente criou [a FestFlor Brasil] em 2010 para mostrar para a população que existe floricultura no DF”, relata Cleison Duval. “Em várias edições, nós trouxemos produtores de vários estados justamente para mostrar que a floricultura existe, precisa de apoio e é também um momento que a gente junta todos os elementos da cadeia produtiva. Não tem só o produtor rural; tem o decorador, o paisagista, o lojista, os produtores de insumos. Você junta todo mundo ali, eles se conhecem, fazem negócios entre eles, e isso é bom para a cadeia como um todo.”
O resultado tem sido positivo para clientes e vendedores. “É muito bom estar lá, expondo os produtos da gente”, assegura Lucimar, que também comercializa suas plantas na chácara e pela internet. “Com isso, o povo pode comprar direto do produtor. Dá uma força para o produtor e ainda compra mais barato, leva um produto bom para casa com um preço bom também”.
Por Fernando Jordão, da Agência Brasília
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